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Precisamos falar sobre Burnout

Esgotamento físico e mental associado ao trabalho: é assim que o burnout, uma pane no cérebro que já consome três em cada dez brasileiros, é descrito

Como o burnout começa

A jornalista Izabella Camargo, de 38 anos, não vai esquecer o dia 14 de agosto de 2018. Logo pela manhã, quando fazia a previsão do tempo em um telejornal em rede nacional, sofreu um apagão no ar e não se lembrou do nome da capital do Paraná, onde nasceu.

“Durante seis anos e meio, trabalhei de madrugada. Tentava dormir às 5 da tarde para acordar meia-noite. No final, tomava remédio para dormir e para acordar”, recorda. Nesse mesmo dia, já no consultório médico, Izabella caiu no choro ao receber o diagnóstico: síndrome de burnout. Ela havia ultrapassado a linha, tantas vezes tênue, em que o cérebro começa a pifar.

De origem inglesa, a palavra burnout pode ser traduzida como “queimar-se por completo”. O termo foi criado pelo psicanalista alemão Herbert Freudenberger (1926-1999) em 1974. Nessa época, ele trabalhava 12 horas por dia e, à noite, chegava a atender até dez usuários de drogas por hora numa clínica para dependentes químicos. Vítima de esgotamento físico e mental, caiu de cama.

Dormir pouco ou mal contribui para o surgimento ou o agravamento do burnout”, explica a neurologista Dalva Poyares, vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina do Sono. Que o diga Izabella. “O sono é como uma conta-corrente. Se você gasta mais do que ganha, seu saldo fica devedor”, ela compara.

Como a síndrome do esgotamento profissional não exige notificação compulsória, o Ministério da Saúde não consegue dizer quantos brasileiros a encaram hoje. Mas uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR) calcula que 32% dos trabalhadores no país padecem dela — seriam mais de 33 milhões de cidadãos. Em um ranking de oito países, ganhamos de chineses e americanos e só ficamos atrás dos japoneses, com 70% da população atingida.

“A sensação de quem sofre de burnout é a de ter passado dos limites. E não dispor de recursos físicos, psíquicos ou emocionais para fugir daquele beco sem saída”, descreve a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR.

Qualquer um está suscetível

Dois anos. Esse foi o tempo que a publicitária Roberta Carusi, de 48 anos, levou para descobrir do que sofria. Até receber o diagnóstico, peregrinou por 13 médicos, de endócrino a cardiologista. O que eles diziam? De tudo um pouco: estressedepressãopânico… Houve até quem atribuísse os sintomas — visão turva, dores no corpo e cabeça pesada — à idade!

“Cheguei a trabalhar de 18 a 20 horas por dia, sem direito a folga, férias ou sábado e domingo. Perdi as contas de quantas festas de aniversário cancelei ou de quantos telefonemas, de chefe ou cliente, atendi de madrugada. Não tinha opção: ou entrava no jogo ou era mandada embora”, relata.

Detectar o burnout, admitem os especialistas, pode ser mais complexo do que parece. Não existem exames de sangue e de imagem ou testes de resistência física para flagrá-lo. O diagnóstico vem de uma escuta atenta do paciente e de uma avaliação minuciosa de suas condições de trabalho. Isso é determinante para não confundi-lo com outras desordens mentais.

“Burnout é um estresse ocupacional”, sublinha a psicóloga Marilda Lipp, presidente do Instituto de Psicologia e Controle do Stress, em São Paulo. “O indivíduo começa a enfrentar a síndrome quando sair para o trabalho se torna um sacrifício, desconfia que sua função não tem a menor importância ou sente que a dedicação ao que faz é maior do que a satisfação que tira dele”, dá as pistas.

Por se tratar de um tilt nervoso ligado a atividades profissionais, há quem diga que estudantes, donas de casa e desempregados estão imunes. Será? “Infelizmente, o trabalho doméstico não é reconhecido como trabalho. Hoje muitas donas de casa andam estressadas e ninguém sabe o motivo”, reflete o sociólogo do trabalho Ângelo Soares, da Universidade do Quebec, no Canadá.

Para cravar a presença do burnout, a pessoa deve apresentar três características. A primeira é exaustão. Não estamos falando daquele cansaço que evapora após o fim de semana. “Exaustão é um esvaziamento físico e mental que não passa com folga, férias ou licença médica”, esclarece Ana Maria.

A segunda característica é o ceticismo. “Quem tem burnout queimou todas as pontes atrás de si. Está sem perspectivas”, aponta a psicóloga.

A terceira e última é a sensação de ineficácia: por mais que você seja o primeiro a chegar e o último a sair da empresa, não produz o que gostaria.”O sujeito está presente fisicamente, mas ausente emocionalmente. As luzes estão acesas, mas não há ninguém em casa”, arremata a presidente do Isma-BR.

Roberta não esperou ser mandada embora. Pediu demissão antes. Mas já era tarde. Três dias depois, em maio de 2014, passou mal em um restaurante e foi parar no pronto-socorro. Cinco anos depois, agradece por ter tido burnout.

“Trabalhadores são vistos como peças de engrenagem. Se dão defeito, são trocados. Muitos amigos publicitários sofreram infarto ou AVC por trabalhar tanto quanto eu. Diante disso, não encaro o burnout como castigo ou fracasso, e sim como uma segunda chance”, afirma Roberta, que conta sua história no livro No Limite do Stress — Tudo Que Aprendi com Meu Burnout e Que Pode Ser Útil para Você.

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(Ilustrações: Victor, Pressureua e Enis Aksoy/Getty Images)

Todo o corpo padece

Além do esgotamento mental, o burnout tem outras repercussões pelo organismo

Coração: Muito estresse por longos períodos eleva a pressão e ameaça o peito.

Pulmões: A respiração perde o ritmo ideal. Asmáticos penam com mais crises.

Músculos: Contrações involuntárias, tiques e dores podem virar parte da rotina.

Olhos: O estado emocional faz a pessoa apresentar visão turva ou embaçada.

Pele: Lesões de dermatite e psoríase tendem a se manifestar em meio ao nervosismo.

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Quem são os profissionais mais acometidos

A jornalista Izabella Camargo voltou ao batente no dia 29 de outubro de 2018. Melhor dizendo: tentou voltar. Depois de dois meses e 15 dias de licença médica, foi dispensada. Seu problema, enfatiza, não surgiu do nada. Nos últimos quatro anos, sentia falta de ar, dor no peito e crise nervosa.

“Tudo na vida tem limite. Numa estrada, se você ultrapassa o limite de velocidade, põe em risco sua vida e a dos outros. Por isso, me arrependo de ter dito sim quando precisava dizer não. Por que é tão difícil reconhecer que não somos uma máquina?”, indaga.

O ponto é que ninguém está a salvo do burnout. Médicos, enfermeiros e cuidadores estão entre as profissões mais acometidas. “O esgotamento é tanto que o profissional pode passar a tratar como objeto o paciente de quem deveria cuidar”, observa o psicólogo do trabalho Fernando Gastal de Castro, autor do livro Fracasso do Projeto de Ser — Burnout, Existência e Paradoxos do Trabalho (clique aqui para comprar).

A responsabilidade para com o outro, as dificuldades no sistema de saúde e as longas horas de expediente ou plantão motivaram até a criação de uma iniciativa, a Se Cuida, Doutor, da farmacêutica Bayer, para conscientizar os profissionais de medicina sobre o problema.

Os campeões do burnout, porém, são os agentes de segurança: policiais militares, vigias noturnos e guardas penitenciários. “Além da tensão do trabalho em si, muitos moram em comunidades carentes e têm medo de ser reconhecidos ali. Chegam a secar os uniformes no motor da geladeira para não se expor”, revela Ana Maria.

Segundo a Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, só em 2017, 178,4 mil trabalhadores, a despeito do ramo, foram afastados de suas atividades por causa de transtornos mentais e comportamentais. E a tendência, avalia Ângelo Soares, é piorar. O impacto negativo do trabalho sobre a saúde se acentua desde a Revolução Industrial, mas, dos anos 1980 pra cá, quando o lema “Fazer mais com menos” passou a imperar, a situação degringolou.

Para complicar, vivemos numa era em que o celular e as redes sociais diluem a fronteira entre a vida pessoal e a profissional. “A precarização do trabalho é um horror para a saúde mental. Daqui a 20 ou 30 anos, o burnout vai ganhar proporções epidêmicas”, prevê o sociólogo.

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Fora do Brasil a situação não é diferente. No Japão, já inventaram até uma palavra para designar quem morre de tanto trabalhar: “karoshi”. Um caso emblemático foi o da publicitária Matsuri Takahashi, de 24 anos, que tirou a própria vida no Natal de 2015. No bilhete que deixou para a mãe, escreveu: “Por que tudo tem que ser tão difícil?”. Matsuri fazia quase 100 horas extras por mês!

“Não é só o empregado que necessita de médico. A empresa precisa também. É por isso que existe o diagnóstico organizacional”, explica Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos. “O ideal é que, duas vezes por ano, a empresa faça um checkup da gestão e da situação dos funcionários. Lembrando que o segundo semestre tende a ser mais estressante, porque há menos tempo para bater as metas.”

Para convencer os funcionários a ir para casa, empresas no Japão adotaram a estratégia de apagar todas as luzes do escritório às 19 horas. Na França, onde o burnout adoece 12% dos trabalhadores, a tática é outra: as pessoas estão dispensadas de responder a e-mails corporativos fora do expediente.

“De que adianta incluir ginástica laboral na rotina da empresa se ela impõe metas abusivas ou não oferece condições factíveis de trabalho? É como enxugar gelo. Na maioria das vezes, o empregador põe a culpa no empregado e exime a empresa de toda e qualquer responsabilidade”, critica Gastal de Castro.

De forma espontânea ou nem tanto, os contratantes terão de rever o modus operandi. Até porque mais pessoas com burnout significa menos produtividade.

O esgotamento na história

1869: O americano George Beard descreve a neurastenia como exaustão generalizada e culpa a civilização moderna por ela.

1936: Charles Chaplin escreve e protagoniza Tempos Modernos, filme clássico sobre a jornada exaustiva de trabalho.

1974: Vítima do problema, o alemão Herbert Freudenberger faz a primeira descrição científica da síndrome de burnout.

1981: A psicóloga americana Christina Maslach cria um questionário para identificar o grau de estresse ocupacional.

1999: O Ministério da Saúde brasileiro inclui o burnout na lista de doenças relacionadas ao trabalho.

O ranking do transtorno

Conheça as profissões mais assoladas pelo burnout no mundo

  1. Agentes de segurança (policiais, vigilantes, guardas municipais…)
  2. Controladores de voo
  3. Motoristas de ônibus
  4. Executivos
  5. Atendentes de telemarketing
  6. Profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, cuidadores…)
  7. Bancários
  8. Professores
  9. Jornalistas

Você vive para trabalhar?

Não é só a carga de trabalho que entra na equação do esgotamento. Ela inclui a forma com que a gente lida com o que faz. Então responda: perfeccionismo é uma virtude ou um defeito? Segundo a psicóloga Marilda Lipp, é defeito na certa. “Perfeccionistas são exigentes consigo mesmos e com os outros, não toleram erros e dificilmente se satisfazem com os resultados alcançados”, esmiúça.

A administradora Helloá Castro, de 24 anos, concorda em gênero, número e grau. Quando recebeu o diagnóstico de burnout, trabalhava de dia e estudava à noite. “Fazia tudo errado: levava trabalho para casa, passava noites em claro e, para suportar a dor e me manter alerta, me enchia de analgésico e cafeína. Não deu outra: pifei”, recorda.

Não é só o perfeccionismo que prepara o terreno para o burnout. De acordo com o psicanalista Bernard Miodownik, da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, tem outro traço de personalidade que presta contribuição: “É aquele estado psíquico em que o sujeito precisa se ver sempre reconhecido nos seus feitos e tem uma necessidade de se mostrar indispensável, não só para manter o emprego, mas para se satisfazer”.

Perfeccionistas, competitivos, impacientes… Dá para dizer que alguns trabalhadores estão mais propensos a entrar em colapso laboral do que outros? Para o psiquiatra Antônio Egídio Nardi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, há, sim, um grupo de risco. “Ele envolve pessoas que trabalham longe da família, lidam com situações de perigo ou têm o rendimento avaliado por produtividade”, exemplifica.

Em compensação, algumas características, que podem ser desenvolvidas e estimuladas, nos blindam do burnout. É o caso da resiliência. No sentido literal, trata-se da propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original depois de submetidos a uma deformação elástica. No figurado, é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar às mudanças.

“Resilientes são aqueles indivíduos que, em vez de se deixar intimidar ou desistir dos seus objetivos, lançam mão das adversidades para crescer. Têm tolerância ao estresse e capacidade de adaptação”, define Ana Maria. E, no mundo ideal, exercem essa qualidade sem desrespeitar seus limites.

Os indutores da crise

O que levar em conta para saber se o seu trabalho é tóxico ou saudável a você

Sobrecarga: Horas extras frequentes e metas irrealistas compõem um ambiente insalubre.

Autonomia: Não dispor de liberdade para fazer ou delegar as coisas também é problema.

Recompensa: O bicho pega quando, apesar dos esforços, não há reconhecimento.

Valores: É terrível quando se faz ou se vende algo no qual você mesmo não acredita.

Concorrência: O clima faz diferença. Competição e desconfiança podem acabar com a pessoa.

Como prevenir o burnout e evitar novas crises

Alimentar nosso lado resiliente é uma das principais orientações para prevenir o burnout. Impor limites é outra. “Não há um limite-padrão de tolerância. Cada indivíduo tem o seu e reage de maneira diferente”, pontua o médico João Silvestre da Silva Júnior, diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho.

Mais um conselho fundamental é tatuar na mente o lema “Trabalhe para viver, não viva para trabalhar”. Pode ser difícil, mas temos que buscar um espaço nobre na agenda para hobbies, amigos e família.

Para não sofrer recaídas, Helloá, que criou no Facebook a página Vencendo o Burnout, procura evitar “situações-gatilho”, como chegar atrasada a compromissos, assumir responsabilidades das quais não sabe se vai dar conta e procrastinar a entrega de tarefas. Fora isso, trocou as bebidas energéticas por suco de maracujá e chá de camomila e disse adeus à mania de perfeição. “Aprendi a me perdoar quando erro”, conta.

Existe vida após o burnout

Cura é uma palavra que não consta no vocabulário de quem vivenciou ou vivencia essa pane cerebral. “Não tem cura, mas tem tratamento”, afirma Izabella Camargo.

Domar o burnout exige criar sensibilidade e dispor de estratégias para não cruzar aquela fronteira de novo. “O melhor tratamento é evitar as situações que o predispõem”, reforça Nardi.

Feito o diagnóstico, um dos primeiros passos é procurar a psicoterapia. A linha adotada, explica Luiz Francisco Júnior, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, não importa tanto: pode ser psicanálise, psicodrama, analítica, comportamental ou Gestalt.

“Não há uma abordagem mais eficaz que a outra. O importante é o paciente se identificar com ela”, diz o psicólogo. Em linhas gerais, a psicoterapia vai acolher o paciente e auxiliá-lo a driblar os gatilhos e traçar planos para o futuro. Tipo: “Já pensou em pedir transferência de setor? Trocar de empresa? Ou até mudar de profissão?”. “A psicoterapia depende, porém, da disposição que o indivíduo tem de mudar”, frisa Francisco Júnior.

Nos casos em que os sintomas se agravam ou a pessoa já não consegue mais dormir ou controlar os nervos, o médico poderá prescrever medicamentos. “O tempo de tratamento varia caso a caso. Pode ser seis meses, pode ser a vida toda”, diz Nardi.

Não adianta, porém, fazer terapia e tomar remédio e, depois de um tempo, voltar para o mesmo tipo de trabalho, com metas inatingíveis, horários malucos e tensão à espreita. “O trabalho deve ser adaptado ao trabalhador, e não o inverso. Se permanecer exposto às más condições, seu estado vai piorar e prejudicar a resposta a qualquer tratamento”, lembra Silva Júnior.

Nesse contexto, a empresa também sai perdendo se não revisar seus conceitos. Além da alta rotatividade e da baixa produtividade, ela pode ser acionada na Justiça. Se comprovar que adquiriu o burnout naquele ambiente de trabalho — por meio de um laudo técnico que ateste causalidade —, o funcionário está apto a exigir indenização por danos morais e materiais.

“Se a incapacitação for definitiva, ele poderá pleitear até pensão mensal vitalícia”, orienta o advogado Marcelo Válio, autor de Síndrome de Burnout e a Responsabilidade do Empregador.

De emprego novo, Izabella Camargo procura estar atenta aos gatilhos para não cair nas ciladas do passado. “Se começo a não me sentir bem, paro tudo, fecho os olhos e respiro fundo”, conta a jornalista, que lança em breve o livro Dê Tempo ao Tempo, para o qual entrevistou de cientistas a religiosos, e participa da produção de um documentário em parceria com a publicitária Jak Rocha (outra vítima de burnout) sobre o problema que mudou a vida de ambas.

“Quero continuar a missão que comecei no dia da minha demissão. Para cada pessoa que diz que burnout não passa de frescura, três me procuram nas redes sociais pedindo ajuda. O que parecia ser o fim se transformou em um novo começo”, conta Izabella, embaixadora de uma causa que precisa ecoar pela sociedade.

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Burnout tem tratamento

Os três pilares que podem compor a contenção e a prevenção das crises

1. Psicoterapia

Caso note esgotamento físico e mental, sensação de impotência e falta de perspectivas, o trabalhador deve procurar um psicólogo ou psiquiatra. Na maioria dos casos, o tratamento se baseia em sessões de psicoterapia.

Não importa a linha: cognitivo-comportamental, analítica, psicanálise, psicodrama ou Gestalt. O importante é o sujeito se identificar com a abordagem. Juntos, paciente e terapeuta vão traçar estratégias e planos.

O psicólogo pode ainda indicar técnicas de relaxamento ou exercícios respiratórios para controlar os sintomas. Alguns minutos por dia já são bem-vindos.

2. Remédios

Entram em cena quando as manifestações se intensificam ou ficam incapacitantes. Nesse caso, o médico poderá receitar antidepressivos e ansiolíticos para combater episódios de depressão e crises de ansiedade. Não há um tempo-padrão de tratamento. Varia muito de paciente para paciente.

Como a falta de sono ou mesmo distúrbios que atrapalham um repouso pleno podem estar envolvidos com o quadro, o profissional também poderá avaliar a indicação de medicamentos que melhorem a qualidade do descanso noturno, essencial para repor as energias.

3. Estilo de vida

Depende muito de nós evitar e vencer o burnout. E alguns hábitos são encorajados por estudiosos e pessoas que passaram pela experiência.

Anote aí: procure não trabalhar mais de oito horas por dia; tente fazer intervalos de até 15 minutos a cada duas horas no emprego; tire férias todos os anos; cultive um ou mais hobbies; tenha vida social; valorize o tempo com a família; aprenda a relativizar seus problemas; avalie o retorno social ou emocional que o trabalho lhe dá; pratique exercícios regularmente; reserve um tempo para comer direito; e fuja do álcool e de outras drogas.

Laselva RH na TV

LASELVA RH NA TV

Hoje nossa diretora, Giselle Laselva estará no programa: Mulheres Conectadas da ALÔ TV de Senador Canedo.

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Proposta de criminalização do coaching tramita no Congresso

Proposta de criminalização do coaching tramita no Congresso

Os argumentos para extinguir ou regulamentar o coaching se baseiam em barrar charlatões e riscos ao público. Psicólogos, coaches e clientes se posicionam

Não faz muito tempo que o termo coach se popularizou, mas você, provavelmente, conhece alguém que atua nessa área ou, pelo menos, fez sessões de coaching. Isso porque a profissão ganhou adeptos muito rapidamente. Não existem números oficiais sobre coaches no país. No entanto, só a Sociedade Brasileira de Coaching (SBC) já formou mais de 35 mil coaches, embora nem todos atuem na área. De acordo com especialistas, esse boom da profissão se deve, entre outros fatores, ao desemprego e à facilidade de se inserir nesse mercado, já que não há regulamentação para o ofício nem fiscalização para os cursos de formação.

No entanto, à medida que o número de coaches aumenta, cresce também o risco de charlatões se inserirem na área: são treinadores que fazem promessas como reprogramação do DNA e cura “quântica” de doenças — invadindo e desrespeitando áreas de trabalhos com base científica e terapêutica. Esse fato levou o sergipano William Menezes, 18 anos, a propor, no site e-Cidadania, a criminalização do coaching, ideia que reuniu 20 mil assinaturas favoráveis e se transformou na Sugestão Legislativa (SUG) nº 26 de 2019, a qual tramita no Senado Federal.
Se aprovada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), a ideia poderá se tornar um projeto de lei. Outra corrente formada por deputados e entidades ligadas ao coaching reconhece que existem abusos no mercado e, por isso, deseja regulamentar a profissão, a fim de estabelecer limites e critérios para trabalhadores do ramo. Atualmente, tramitam na Câmara dos Deputados quatro projetos de lei com essa proposta.

Criminalização

A sugestão legislativa de William Menezes para criminalizar o coaching divide opiniões. No site do Senado, ela reúne mais de 13,9 mil votos a favor e 9,8 mil contra. O vice-presidente da SBC, Jeferson Almeida, acredita que a proposta tenha sido positiva para provocar o debate sobre a regularização da profissão. “Essa sugestão gerou um movimento bastante interessante para a gente promover uma discussão séria sobre a regulamentação do coaching, não só do ponto de vista político, mas também do ponto de vista da sociedade como um todo”, afirma o especialista em direito empresarial e econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Já o Instituto Brasileiro de oaching (IBC) afirmou, em nota, que a proposta de criminalização “não apresenta qualquer fundamento”. Ainda de acordo com o IBC, “todo e qualquer cidadão brasileiro tem o direito de redigir uma ideia legislativa e submetê-la à apreciação popular e foi o que aconteceu”. A entidade optou por não participar formalmente da audiência pública interativa promovida pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) no Senado, em 3 de setembro, para debater a proposta. “É preciso colocar um ponto final nessa hipótese sem nexo para que possa florescer o bom debate e troca de ideias acerca do coaching em sua integralidade”, diz trecho da nota.
“Ficamos felizes em ver que o conteúdo discutido na audiência foi de total rechaço e inconformismo da ideia da criminalização, tanto por parte dos coaches, quanto dos deputados e senadores.” Também na opinião de psicólogos, a criminalização não é o melhor caminho. “Eu, particularmente, sou contra e acredito que a maior parte dos profissionais da psicologia também”, afirma Bruno Farias, psicólogo formado pela Universidade Católica de Santos (Unisantos) e um dos colaboradores da página do Facebook Dicas Anti-coach, que reúne mais de 162 mil seguidores. “Criminalizar essa profissão não vai trazer nenhum benefício. Nós acreditamos na regulamentação da prática”, afirma.
De acordo com ele, no entanto, o número de votos a favor da proposta mostra que os abusos de charlatões no coaching é um problema muito mais sério do que se imagina. “A mobilização sobre a criminalização foi muito legal, porque um grupo de pessoas que estavam insatisfeitas com os processos de coaching pelos quais passaram, pessoas que se sentiram enganadas e lesadas, se organizaram para criar esse movimento”, diz o especialista em psicologia cognitiva comportamental de terceira onda. “E o que chama a atenção é o número de votos a favor da proposta de criminalização em pouquíssimo tempo”, completa.

Regulamentação

Além dos quatro projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados propondo a regulamentação do coaching, a SBC apresentou uma ideia legislativa no site e-Cidadania nesse sentido, mas a sugestão não alcançou o número mínimo de votos no tempo determinado para ser encaminhada à CDH — a proposta teve 5.515 apoios dos 20 mil necessários.  Jeferson Almeida, vice-presidente da entidade, defende que a regulamentação estabeleça o tipo de curso que o coach deve fazer, a carga horária mínima exigida, as instituições habilitadas para oferecer a formação e o código de ética que esses profissionais devem seguir, além de um sistema de fiscalização para a categoria.
“Nós defendemos que a regulamentação tem de ser global. A gente vê por aí muitas escolas de coaching falando sobre a regulamentação do curso, mas nós entendemos que esse processo precisa ser mais amplo”, opina. “Nós defendemos, por exemplo, a criação de um conselho federal de coaching, assim como a maioria das profissões tem.” 
Em nota, o IBC afirmou que tem uma postura de “cautela” em relação à regulamentação. “É possível que determinados parâmetros regulamentadores possam ser benéficos para o segmento, desde que amplamente debatidos com todos os envolvidos e com as principais instituições de coaching do país”, diz trecho do documento.
“Ainda assim, em nossa visão, não há elementos suficientes, expostos lado a lado, para que esta regulamentação atualmente proposta seja defendida ou preterida.” Ainda de acordo com a instituição, há alguns riscos na normatização, como restrições incoerentes, burocratização e perda de liberdade. 
“Algumas profissões regulamentadas não estão satisfeitas com seus conselhos e com sua regulamentação, portanto, realmente é necessário ter bastante cautela e diálogo.”

Prejuízos  

A falta de normatização no setor, segundo especialistas, possibilita que pessoas sem qualificação exerçam o ofício, o que pode ocasionar prejuízos emocionais aos clientes. “Existem indivíduos que possuem zero conhecimento em psicologia e, por gostarem de falar sobre relações amorosas, se intitulam coaches de relacionamento”, exemplifica o psicólogo Bruno Farias. “E essas pessoas estão falando abobrinha, muitas coisas erradas.”
Ele conta que recebe muitos pacientes que foram prejudicados por coaches. “Um sujeito que terminou uma relação amorosa, por exemplo, procura um coach de relacionamento, que o enche de expectativas e técnicas para reconquistar a pessoa amada”, comenta. “Quando o cliente mostra as mensagens do coach, são coisas bizarras, por exemplo, técnicas de sedução, dicas para conseguir sexo e prender a pessoa amada e trazê-la de volta”, continua. “E é daí para pior.” Bruno afirma, ainda, que, diferentemente do que muitos dizem, os coaches não estão roubando os clientes dos psicólogos. “Eles estão enchendo nossos consultórios. As pessoas chegam aqui destruídas, com sofrimentos horríveis causados por eles.” Na opinião do psicólogo, a situação é agravada pelo grande alcance midiático de alguns representantes do setor. “Vários se pronunciaram de forma totalmente equivocada, falando coisas muito perigosas e ensinando a respeito de assuntos e temas sobre os quais não possuem domínio”, justifica.
“Quando um sujeito delira acreditando que tem superpoderes, pode se autointitular coach quântico vibracional e vender técnicas que, segundo ele, vão fazer a mente do cliente começar a atrair bens materiais do Universo”, exemplifica. “Agora, apareceram alguns que prometem a reversão do autismo. Eu acredito que isso deveria ser crime”, opina. “Quando uma pessoa faz uma promessa de que vai curar uma doença ou de que as técnicas são 100% eficazes para conseguir a solução desses casos, isso deveria dar cadeia”, acrescenta. “Infelizmente, existem muitas pessoas delirantes que, em vez de estarem em um sanatório, estão dentro de um escritório atendendo como coaches.”

Capacitação é necessária 

O especialista em direito empresarial e econômico e vice-presidente da SBC, Jeferson Almeida, concorda que a falta de regulamentação é um problema nesse aspecto. “O coaching é um processo estruturado onde você utiliza ferramentas cientificamente comprovadas para ajudar seu coachee a alcançar algo que ele almeja, a chegar a um objetivo final”, explica. “Se você não tem a qualificação correta, você não é capaz de conduzir ninguém.” De acordo com Almeida, o profissional da categoria “deve ter uma formação robusta em uma instituição que trabalhe exclusivamente com conteúdo científico”.
Caso contrário, “ele estaria testando no público comum algo que não tem certeza que dá certo.” Em relação ao charlatanismo, o vice-presidente da SBC afirma que existe uma tipificação penal para esse tipo de prática. Ele utiliza o exemplo do coaching quântico e da reprogramação de DNA, citados na proposta de criminalização. “Bom, primeiro, o coach não muda nada. Ele não foi desenvolvido para isso, ele não é uma terapia e não deve ser utilizado para essa finalidade”, afirma. “E a questão da reprogramação de DNA fica no campo da genética, não tem nada a ver com coaching também. Pessoas que prometem esse tipo de coisa vão, sim, ser enquadradas como charlatões, mas dentro do código penal brasileiro.”
De acordo com a nota divulgada pelo IBC, “na prática, assim como acontece com toda e qualquer profissão não regulamentada, qualquer pessoa com algum conhecimento a respeito do coaching pode se autointitular coach, mas isso, por si só, não deve servir para desqualificar toda uma atividade profissional”. Ainda segundo o documento, “há uma enorme lista de profissões não regulamentadas (parcial ou totalmente), que são extremamente respeitadas, reconhecidas e estão inseridas na sociedade, como é o caso do próprio coaching.”

Palavra de especialista 

É prematuro falar em regulamentação

“Se o coach for um profissional competente, fizer cursos profissionalizantes e cursos motivacionais não há implicações nisso. Ele tem a liberdade de trabalho e pode trabalhar. Agora, o que me preocupa é quando as pessoas se julgam muito boas no esquema e começam a fazer uma espécie de terapia, querendo invadir áreas e espaços que exigem profissionais mais competentes no sentido de capacitação técnica, como psicólogos e terapeutas. Então, é preciso verificar a área objetiva de atuação. Sobre a regulamentação, acredito que seja uma questão complexa. Há diversas profissões hoje não regulamentadas e que estão dando certo. E há diversas profissões regulamentadas onde apenas cria-se burocracias.  O coaching é uma novidade e eu acho, sinceramente, que é prematuro falar na regulamentação dessa profissão. Além disso, o fato de uma profissão ser regulamentada não significa que só tenha bons profissionais. Não é o fator jurídico ou legal que determina a capacidade da pessoa. É realmente a formação. Não tenha dúvida de que o modelo regulamentado é o melhor. Eu não estou me opondo a esse modelo. Mas eu acho que nós deveríamos verificar, primeiramente, quais universidades do Brasil se preocupam com isso, quantos cursos de graduação ou especialização existem para essa área e qual é a formação específica desse profissional. Se não existe nem formação específica, como eu vou regulamentar?” 
Jair Cardoso, professor de graduação e pós-graduação da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), bacharel e mestre em direito pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tem experiência em direito individual, coletivo e processual do trabalho

O mercado pode se regular

“Quando um advogado comete um erro, os outros falam mal dele, ninguém fala mal da profissão. Quando um médico é preso por exercício ilegal, ninguém fala mal da medicina, falam mal do médico. Por que com o coach é diferente?”, questiona Márcio Micheli, coach e fundador da EVO Coaching. Ex-servidor público, o paranaense radicado no DF tem mais de 100 mil seguidores no Instagram e reúne milhares de pessoas em treinamentos. 
“Para mim, não existe criminalização nem regulamentação. O mercado se autorregula pelos resultados que cada coach apresenta”, defende. “Se a gente for criminalizar o coach que erra, vamos ter de criminalizar também o médico, o dentista, o farmacêutico, o professor. E a gente não precisa fazer isso. Já existe um Código Penal.” De acordo com ele, existem bons e maus profissionais na área, mas o ofício não é regulamentado em nenhum lugar do mundo, assim como diversas profissões.
Márcio defende que a melhor forma de acertar na contratação de um coach é conhecendo as conquistas dele. “Eu não consigo levar você a um lugar aonde eu não cheguei”, justifica. “Eu não consigo conduzir você a uma carreira bem-sucedida se eu não tenho um histórico de carreira bem-sucedida.” Micheli explica que isso vale tanto para resultados do coach quanto para conquistas dos clientes.

A fronteira entre coaching e psicologia

 Coaches e psicólogos concordam que os dois ofícios são diferentes e não devem ser confundidos. Um não substitui o outro. “O coach trabalha com base em um objetivo do momento atual para frente. Ele não faz essa regressão ao passado para entender o nascimento do problema psicológico que a pessoa tem”, explica o master business coach Jeferson Almeida. “Nós não trabalhamos pessoas disfuncionais. Trabalhamos os indivíduos que não têm problemas psicológicos e querem alcançar um determinado objetivo, por meio de habilidades como planejamento, organização e disciplina”, completa.
O vice-presidente da SBC explica, ainda, que, em alguns casos, o coach e o psicólogo trabalham juntos. “Boa parte do público que faz o treinamento conosco é formado por psicólogos. Então, boa parte entende que é uma formação complementar.” No entanto, profissionais da psicologia reclamam que, muitas vezes, essa fronteira não é respeitada. “Nossa resistência quanto aos coaches está no fato de que, às vezes, eles abordam questões psicológicas nas pessoas e não têm preparo para isso. Nós temos”, afirma a psicóloga e diretora de recursos humanos Giselle Rosa Laselva.
“A formação de psicologia tem cinco anos. Um curso de uma semana não possibilita que uma pessoa trate alguém que esteja em surto psicótico, por exemplo. Isso pode acarretar um grande problema para essa pessoa.” De acordo com a diretora de recursos humanos, o coaching tem um mérito que a psicologia “deu bobeira de não aproveitar”: traçar um plano de ação com o cliente para atingir determinada meta. “Eles focam no que a pessoa quer e vão a fundo para conseguir esse objetivo. Esse é o mérito do coach, sabendo que eles se utilizam da psicologia comportamental pura e simples”, explica.

Sinal vermelho

“Com esses sinais já dá para perceber que o coach em questão não é um bom profissional.” Saiba os principais indícios de que um coach pode ser furada, de acordo com os psicólogos Giselle Laselva e Bruno Faria:
» O profissional não tem casos de sucesso para apresentar;» Não quer citar nomes de empresas ou pessoas para as quais prestou serviços;» Tem um currículo ‘pobre’, com poucos certificados;» Só fez cursinhos de fim de semana;» Faz muitas promessas;» Coach de relacionamentos sem referencial teórico. Costuma fazer generalizações preconceituosas como “as mulheres são assim”, “é desse jeito que você deixa uma mulher louquinha por você”.» Coach de vida: cuidado! Quando um paciente apresenta problemas de ordem psicológica ou psiquiátrica, uma terapia mal conduzida prejudica ainda mais;» Coach de emagrecimento: cada caso é único e requer avaliação minuciosa de profissionais da área da saúde, nutrição, educação física e/ou psicologia. Não pode ser tratado de forma genérica.

A minha experiência com o método 

Confira relatos de clientes de coaches com diferentes visões sobre o assunto

“Eu me senti traída”

A DJ Indra Kusser, nome artístico de Natália Maria da Silva, 30 anos, foi uma das pessoas que caíram no papo de um coach charlatão, como relata ela. Em janeiro de 2018, a paulista pagou por 10 sessões de coaching, mas o profissional só entregou quatro e não devolveu o dinheiro até hoje. “Eu pedi para ele me restituir, pelo menos pelas sessões que faltavam e ele disse que ia fazer de tudo para resolver, mas não me devolveu ainda e vive me enrolando”, conta. “Eu me senti bem traída.”
Natália ganhou uma sessão gratuita com o coach em um seminário de inteligência emocional do qual participava. Depois, decidiu comprar outras consultas porque acreditava que elas poderiam auxiliar em sua vida sentimental e profissional. “Eu estava bem atordoada porque tenho algumas questões psicológicas, como depressão. Então, pensei que isso poderia me ajudar em tudo: na carreira, nos relacionamentos interpessoais…”, relata. “O coach sabe te seduzir e você pensa que ele realmente vai te ajudar”, acrescenta. A DJ conta que, depois das sessões, teve um quadro pior de depressão. “A gente tem que tomar cuidado porque, hoje em dia, qualquer um pode fazer um curso e falar ‘sou coach’. Mas essa pessoa está lidando com vidas, ela não sabe o que está no psicológico dos outros e o tanto que pode afetá-los”, desabafa. “Eu acho que é preferível você buscar um profissional que te ajude de outra forma. Se você está com um problema psicológico, procure um psicólogo. É o que eu deveria ter feito.” Na opinião de Natália, “se o coaching é realmente uma profissão, deveria haver pelo menos uma regulamentação, porque é muito sério lidar com a mente das pessoas”. 

A minha experiência com o método

“Superou minhas expectativas”Alex Fabiano Viana, 44 anos, teve uma experiência positiva nas sessões de coaching que fez no fim de 2013. “Eu precisava melhorar o foco nos meus objetivos, e o processo superou minhas expectativas”, relata. O professor de administração da Faculdade Unyleya conta que percebe até hoje os resultados positivos das consultas com um coach. “Finalizei meu mestrado, escrevi dois livros e hoje sou responsável por cursos diversos e até por uma pós-graduação”, afirma. “Vivo uma nova fase em minha vida, com ganhos espetaculares depois do coaching”, acrescenta.
Ele não teve receios ao contratar um profissional da categoria. “Sou responsável por todos os serviços que contrato e tudo que faço”, diz. “Paguei um dos melhores profissionais do mercado para me atender. Não foi nada barato, mas fiquei extremamente satisfeito.” Alex conta, ainda, que gostou tanto do método de coaching que, depois, decidiu fazer um curso para entender melhor como funciona. “É fascinante e surpreendente. Vale muito a pena.”
O professor acredita que há muita desinformação e generalizações no que se refere aos processos de coaching. “Devem, sim, existir charlatões, pessoas se autointitulando coaches, como em qualquer outra atividade, mas isso não valida a ideia de que o método coaching, mundialmente bem-sucedido, seja algo ruim”, defende. “Só se for para alguns brasileiros…” Ainda segundo Alex, quem deseja fazer coaching deve buscar saber a formação e referências do profissional em questão.

Laselva RH no Correio Brasiliense

Jornal Correio Brasiliense fará uma entrevista no dia 27 de outubro com a diretora da Laselva RH, Giselle Laselva sobre a criminalização do Coach.

Tendências e desafios para 2018: quais profissionais as empresas querem?

Pesquisa: fator que mais motiva funcionários não é salário nem benefícios

Dinheiro não traz felicidade. Ao menos, não necessariamente no trabalho. Um levantamento realizado com mais de 400 mil trabalhadores nos EUA aponta que planos de carreira e a gestão justa das promoções são os fatores que mais motivam as pessoas a trabalhar duro. Ter a chance de avançar na carreira faz com que as pessoas estejam duas vezes mais dispostas a se doarem no trabalho e planejarem um futuro de longo termo em suas companhias.

Tem mais! Um sistema que realmente premia o esforço é responsável por fazer com que os colaboradores acreditem (até cinco vezes mais) nas ações de seus líderes. A  pesquisa foi divulgada pela Harvard Business Review nesta semana. O levantamento foi realizado durante todo o ano de 2017 e contou com a participação de colaboradores das empresas do Top 100 de melhores lugares para trabalhar da Fortune.

O reconhecimento compensa

De acordo com os dados levantados pela HBR, a recompensa para esse tipo de liderança é impressionante: nessas empresas, os retornos de ações são quase três vezes a média do mercado, a rotatividade cai para metade quando comparada à dos concorrentes, e as métricas de inovação, produtividade e crescimento superam de forma consistente os rivais.

Entre as “top 100”, 75% dos funcionários acreditam que as promoções são dadas para quem merece. Esse feedback pode parecer alto, mas é o terceiro mais baixo dos 58 itens avaliados. Ou seja, mesmo nesse ambiente, as promoções são um componente bastante subjetivo.

Isso acontece porque esse reconhecimento é, ao mesmo tempo, orientado por um relacionamento e um indicador importante de quão bem as ações dos líderes se alinham aos valores declarados da empresa. Uma promoção com processo sólido pode ajudar a descobrir potencial nos colaboradores, além de motivar a equipe.

Fica a dica: o que os líderes e as companhias dizem importa muito. Mas, para os colaboradores, o que eles fazem tem impacto ainda maior.

Você é passivo-agressivo no trabalho? Faça o teste e descubra

Você é passivo-agressivo no trabalho? Faça o teste e descubra

Você é passivo-agressivo? Identificar e lidar com esse traço de personalidade tão presente no dia a dia do trabalho é importante para a saúde mental

No segundo semestre do ano passado, a Adobe — empresa desenvolvedora de software com sede na Califórnia, Estados Unidos — divulgou o resultado de uma pesquisa sobre hábitos relacionados ao uso do e-mail. Entre outras informações, o estudo realizado com cerca de 1 000 executivos americanos apontou quais são as frases mais irritantes que as pessoas utilizam nas mensagens endereçadas aos colegas de trabalho.

Na lista das campeãs aparecem “Não sei se você viu o meu último e-mail”, “Alguma novidade?”, “Como dito anteriormente” e “Desculpe pelo e-mail duplicado”. Essas expressões causam um tremendo desconforto nos destinatários porque carregam, nas entrelinhas, uma crítica velada, uma cobrança sutil ou uma provocação educada — características de um comportamento classificado pela psicologia como passivo-agressivo.

Quem apresenta esse tipo de personalidade tenta fugir do confronto direto em qualquer relacionamento, seja em casa, seja no trabalho. São pessoas que não têm coragem de expressar seus desejos e opiniões — por isso, concordam com o outro pela frente e reclamam dele pelas costas. “Isso cria uma desconexão entre o que elas dizem e o que fazem”, afirma Isabel Silva, psicóloga e consultora de carreira da Career Minute.

No ambiente profissional, um funcionário que age assim é aquele que se opõe a um plano proposto por um colega, mas não verbaliza isso e acaba oferecendo apoio. “Como discorda do projeto, ele resiste em segui-lo e toma atitudes capazes de sabotá-lo”, diz Isabel.

Perder o prazo de entrega propositalmente, chegar atrasado às reuniões e colocar vários obstáculos na hora de executar as próprias tarefas são algumas delas. “Uma pessoa passivo-agressiva não gosta de cumprir regras”, afirma.

Nessa situação, ao ser questionado pelo chefe, o “sabotador” não assume sua responsabilidade pela falha e costuma se fazer de vítima, alegando que está sobrecarregado ou que é cobrado injustamente. Também pode dar uma resposta irônica ou mal-humorada, o que gera um clima desconfortável entre as partes.

Além de minar a credibilidade, o comportamento passivo-agressivo traz consequências negativas para a equipe. “Ele cria um ambiente tóxico capaz de atrapalhar a produtividade, provocar insegurança e adicionar tensão aos relacionamentos”, afirma Livia Marques, psicóloga organizacional e coach.

Estresse no trabalho

Estresse no trabalho

Um estudo feito por uma consultoria de recrutamento, com mais de 1 400 pessoas, mostra que 75% dos entrevistados já sofreram algum tipo de transtorno mental por causa do estresse no trabalho. 
Veja os principais resultados.

Transformação da cultura de aprendizagem organizacional: qual o papel do RH?

Transformação da cultura de aprendizagem organizacional: qual o papel do RH?

papel do RH nas empresas sofreu modificações significativas nos últimos tempos. A transição do operacional para o estratégico levou o setor para a centralidade do negócio, sendo o principal responsável pela reciclagem de conhecimentos na companhia e pela transformação da cultura de aprendizagem organizacional.

Assim, os Recursos Humanos ocupam uma importante função de renovação do repertório cultural dos colaboradores e também na mediação das relações dos profissionais. Esse setor é fundamental no empreendimento e decisivo para uma série de outros processos.

Qual a importância do departamento de RH nas empresas?

O RH é primordial nas empresas por diversas razões. Por exemplo, é ele que faz a mediação das relações entre o empreendimento e os colaboradores.

Sobretudo, é o principal responsável por fornecer treinamentos, processos fundamentais para a transmissão e renovação da cultura organizacional. Com o papel de promotor da educação corporativa, é um importante agente de disseminação da aprendizagem na companhia.

Além disso, o Recursos Humanos exerce forte influência na saúde ocupacional, ao trabalhar diretamente com a qualidade de vida na empresa, direitos trabalhistas e política de remuneração e benefícios.

Outro fator a ser lembrado é que o RH é o encarregado da preparação de líderes, que são os principais condutores das equipes. Nesse contexto, o setor impacta diretamente os resultados do negócio, ao se envolver com a preparação dos gestores e influenciar a formação dos profissionais.

Qual o papel do RH na transformação da cultura da aprendizagem organizacional?

O RH tem uma valiosa função na transformação da cultura da aprendizagem organizacional. Veja mais sobre o tema a seguir!

Recrutamento e seleção

recrutamento e a seleção de pessoas são processos decisivos para o negócio, tendo em vista que alimentam a equipe com profissionais capacitados e adequados ao perfil da corporação.

O setor de Recursos Humano escolhe aqueles que vão participar da dinâmica do conhecimento da companhia, buscando flexibilidade e propensão para disseminar o saber, bem como construir novas alternativas alinhadas aos objetivos da empresa.

Treinamentos

Conforme mencionamos, os treinamentos são uma ferramenta de disseminação da cultura organizacional e de transformação da dinâmica de aprendizagem na empresa. Eles proporcionam condições para que os colaboradores possam assimilar novos saberes, compartilhar conhecimentos e desenvolver novas possibilidades para o empreendimento.

Nesse contexto, o RH investe no potencial dos profissionais, promovendo construção, crescimento e alinhamento da performance às expectativas da corporação. Os treinamentos são essenciais na multiplicação do conhecimento e no enriquecimento de repertório cultural dos trabalhadores.

Retenção de talentos

O RH tem um papel decisivo na retenção de talentos, ao estabelecer políticas para o respeito aos direitos trabalhistas, promoção da saúde ocupacional e estímulo à aprendizagem e à qualidade de vida.

Assim, ele gera forte influência na redução da rotatividade, sendo um agente de promoção de qualidade de vida e de mediação entre os interesses dos profissionais e as demandas da corporação. O setor cuida da disseminação do conhecimento e investimento no potencial dos colaboradores, o que é essencial para a motivação, engajamento e satisfação com o trabalho.

Construção de relacionamentos

O departamento de Recursos Humanos contribui para a construção de relacionamentos na empresa. É o responsável pela socialização e processo de integração dos novos profissionais, além de ser o principal promotor de eventos para a formação de vínculos entre os trabalhadores.

O RH também auxilia os gestores na gestão de equipes, buscando estabelecer parcerias entre os profissionais que resultem na multiplicação de potencialidades, aprendizado contínuo na interação e fornecimento de feedback construtivo. Dessa forma, ele promove a formação de laços e a criação do senso de pertencimento do colaborador à comunidade corporativa.

Uso de novas tecnologias e ferramentas

implementação de novas tecnologias pelo RH proporciona condições para facilitar a disseminação do conhecimento e facilitar o acesso à informação. A inserção de ferramentas informatizadas possibilita transformar a cultura de aprendizagem organizacional, ao inserir meios de flexibilização do compartilhamento de saber.

Os treinamentos a distância, por exemplo, simplificam a dinâmica da educação corporativa, otimizando o processo de estudo e estimulando a busca pelo aprimoramento contínuo.

Gestão de desempenho

gestão de desempenho busca alinhar a performance dos colaboradores aos parâmetros exigidos pelo empreendimento. Ela envolve feedbacksavaliação de desempenho e promoção de capacitação contínua.

Nesse contexto, o RH empreende esforços na transformação da cultura corporativa. Ele fornece ferramentas para a dinamização do processo educacional e proporciona uma orientação para o profissional na trajetória de aperfeiçoamento do desempenho. Isso evita a acomodação e oferece mais flexibilidade e disposição para renovar o repertório cultural.

Desenvolvimento

Os processos de treinamento são diretamente vinculados ao cargo. Já o desenvolvimento está mais associado à carreira, sendo uma importante ferramenta de motivação e de incentivo ao aprimoramento contínuo.

O setor de Recursos Humanos gerencia o desenvolvimento, proporcionando as condições necessárias para a reciclagem de saberes, a transformação da cultura e a geração de novas perspectivas para os colaboradores.

Por onde o RH pode começar a transformar a cultura da aprendizagem organizacional?

O RH pode encontrar uma ótima possibilidade de transformação da cultura organizacional a partir dos processos de educação corporativa. Eles são recursos primordiais de disseminação de conhecimento e de construção de novas propostas, contribuindo para o enriquecimento das alternativas dos colaboradores.

Isso é favorável para o negócio porque torna os profissionais mais preparados para o enfrentamento de desafios e para a construção de soluções criativas. Como resultado, a medida encoraja os trabalhadores para se esforçarem cada vez mais e maximiza as competências desenvolvidas.

O RH tem muitas funções importantes no empreendimento, contribuindo para os resultados e promovendo uma série de processos associados à saúde, bem-estar e capacitação da equipe. Nesse contexto, é um agente fundamental na transformação da cultura de aprendizagem organizacional, ao promover processos de educação corporativa e acompanhar a progressão do desempenho dos profissionais.

CUIDADO COM A GESTÃO DA DIVERSIDADE!

Liderar é, sobretudo ser capaz de gerar emoções nas outras pessoas que sirvam ao crescimento, evolução e aprendizado em condições de adversidade.

O desafio imposto é lidar com a necessidade de satisfação psicológica das pessoas em um mundo de diversidade cultural, de genero, ideologias, raça, credo, conflitos de gerações, inclusão e hostilidades político-partidárias.

Creio que não há outro caminho para se exercer posições de liderança que não seja a partir da gestão (ou manejo) da diversidade.

As empresas estão investindo em ouvidorias e os colaboradores estão cada vez mais sucetíveis a tratamentos diferenciados e buscam “seus direitos”. Contam ainda com uma cultura de intolerância estabelecidas em todos os níveis.

Qualquer derrapagem pode gerar uma adversidade enorme, inclusive prejudicando, e muito, sua carreira.

Minha orientação é:
– Em primeira mão conheça e reconheça seus próprios limites, suas crenças e suas restrições.
– Guarde-as em uma caixinha secreta para trabalhar na sua terapia. No ambiente público, vale a diplomacia.
– Reveja suas restrições pessoais. Suas próprias limitações para que possa compreender as do outro com empatia.

Pensem sobre isto. É bem sério. Boa sorte.

Mais de 80% das vagas de emprego não são divulgadas. Veja como encontrá-las

Mais de 80% das vagas de emprego não são divulgadas. Veja como encontrá-las

Especialista dá três dicas para quem quer acessar essas oportunidades de trabalho, por meio de pesquisas, rede de contatos e autopromoção

Hoje, existem diversas maneiras de um profissional consultar as vagas de trabalho abertas em sua área. As mais comuns delas são consultar os sites específicos que divulgam esse tipo de informação ou fazer uma busca na própria página das empresas na internet.

No entanto, na visão de Steven Rothberg, fundador do site de empregos norte-americano CollegeRecruiter.com, esse nem sempre representa o caminho mais adequado para procurar um emprego. Isso porque, em artigo no jornal norte-americano The Wall Street Journal, ele afirma que mais de 80% das vagas de trabalho abertas atualmente não são divulgadas de forma oficial.

Mas qual é o caminho, então, para encontrar uma vaga de trabalho? Investir em pesquisas, usar melhor a rede de contatos e divulgar competências.

A seguir, veja as dicas de Rothberg para atrair potenciais empregos que não são formalmente divulgados:

Enxergue os sinais: Esteja atualizado com o que acontece em seu setor, aconselha o especialista. Para isso, é importante ler jornais especializados, consultar os comentários de analistas e monitorar a performance das empresas – para entender se elas estão crescendo, passando por uma reestruturação ou terceirizando mão de obra. Qualquer notícia pode representar um sinal de que a companhia está aberta, ou não, a contratações.

“Crie uma lista de empresas nas quais você gostaria de trabalhar e faça pesquisas do perfil dos principais cargos dessa organização. Você pode descobrir a descrição da carreira [dos executivos dessa companhia] nos sites e blogs”, aconselha Rothberg. Ele acrescenta que as pessoas só devem se candidatar a uma vaga se preencherem os conhecimentos e a experiência necessários para ocupá-la.

Aproveite melhor os contatos: “Acione sua rede de contatos de colegas, amigos e familiares para descobrir possíveis conexões que possam fazer com que seu currículo chegue até quem toma a decisão [de contratação na companhia em que quer trabalhar]”, pontua o especialista. Ele aponta que, caso não exista um contato direto, busque algum tipo de indicação, por meio dos “amigos de amigos”.

Outra alternativa é tentar participar de atividades – como eventos e feiras – que envolvam profissionais do setor e que possam ajudá-lo a acessar possíveis empregadores.

Seja facilmente ‘encontrável’: Melhore sua visibilidade para possíveis empresas que possam contratá-lo, ao divulgar seu currículo em sites como o LinkedIn. Não esqueça de enfatizar suas habilidades, permitindo assim que as empresas que buscam conhecimentos específicos o encontrem.