Mês: fevereiro 2018

Como a cultura da culpa influencia sua vida pessoal e profissional?

Como a cultura da culpa influencia sua vida pessoal e profissional?

Achar culpados é mais importante que alcançar os resultados? A resposta natural seria não! Infelizmente, muitas vezes agimos dessa forma equivocada, tanto na vida pessoal quanto na profissional.

Em minha experiência no mundo corporativo, aprendi a lidar e a combater o que batizei de cultura da culpa. Trata-se de hábitos arraigados em um ultrapassado estilo de administração que priorizam achar o culpado pelos problemas e não juntar esforços para resolvê-los.

Em nossa vida pessoal, também caímos nessa armadilha. Adoramos achar culpados. Está no automático do nosso subconsciente. Se algo não vai bem, sempre existe a possibilidade de apontar a responsabilidade para outrem e não para nós mesmos.

Até que ponto essa forma de pensar pode afetar nossas vidas?

A culpa nas empresas

Tive a oportunidade de viver duas realidades distintas nas empresas em que atuei ao longo de quase três décadas. No início de minha carreira no meio industrial, eu não tinha noção do quão nocivo era o contexto em que estava inserido. Por inúmeras vezes, presenciei reuniões em que os gestores – de modo muito enfático – apontavam publicamente os culpados pelos resultados não alcançados.

Criava-se, então, uma atmosfera em que o resultado da empresa era um detalhe secundário. As pessoas apenas não queriam ser apontadas como culpadas. Passava a ser esse o objetivo dos representantes de cada setor. Muitos até chegavam a camuflar seus trabalhos para que as falhas não fossem descobertas. Chegava-se ao cúmulo de manipular dados para que outro (setor) fosse responsabilizado.

Os diretores, por sua vez, incentivavam esse tipo de atitude. Precisavam responder aos seus superiores e, quando não tinham resultados favoráveis, precisavam de culpados para justificar. E assim um círculo vicioso se formava, tornando o ambiente de trabalho insuportável, fortalecendo o individualismo, gerando considerável perda de energia, dentre outros revezes.

Responsabilidade compartilhada

Felizmente, tive a felicidade de fazer parte de equipes em que a cultura da culpa foi abolida por completo. No lugar dela, foi adotada a responsabilidade compartilhada, onde não havia preocupação de achar culpados pelos resultados ruins, mas de unir forças para resolver os problemas. Percebeu-se que todos poderiam contribuir e se ajudar por um bem maior, que no final das contas, era o que interessava.

Desta forma, quando algum setor tinha problemas que afetavam as metas da empresa, os gestores se reuniam e discutiam o que poderia ser feito para ajudar. Não era incomum time de engenharia dando suporte na área de materiais ou equipe de produção ajudando na logística, dentre outros exemplos.

Frases como resolve essa porra que o problema é teu ou cada cachorro que lamba sua caceta foram trocadas por como podemos ajudar? Uma diferença abismal.

De quem é a culpa?

Fazendo uma analogia entre empresas e nossa vida cotidiana, muitos de nós nos aproximamos do perfil daquele gestor ultrapassado, que incentiva seus subordinados a se livrarem da culpa e não alcançarem os resultados.

Em outras palavras, não utilizamos os recursos que dispomos (e que, muitas vezes, nem sabemos que temos) porque apenas achar o culpado é o suficiente para justificar nossa incapacidade ou falta de vontade de seguirmos na direção que almejamos.

Agora pare e pense na sua vida.

Quantas vezes você já culpou alguém ou alguma coisa por suas dificuldades? Relacionamentos, carreira, saúde, etc. Sempre tem um culpado, menos você mesmo.

É natural do ser humano projetar a responsabilidade para alguma coisa, afinal o macaco só olha para o rabo do outro, certo? Nos julgamos, na maioria das vezes, vítimas de um universo injusto. Sentimos pena de nós mesmo e paralisamos nossa capacidade de superação.

O primeiro passo para sair dessa armadilha é assumir que temos uma generosa parcela de responsabilidade sobre nossas ações e, consequentemente, sobre nossos resultados.

Assim como os gestores de empresas inteligentes, que não perdem tempo procurando culpados e incentivam a potencialização dos seus times para encontrarem as soluções, podemos adotar posturas e atitudes mentais que nos permitam sair do estado de vítima para uma condição de donos da situação.

Somos os diretores de nossas vidas! Cada pensamento que cultivamos – em relação aos nossos problemas – é a representação dos gestores dos departamentos que conduzem nossos resultados. Podemos incentivá-los a acharem culpados ou direcioná-los a encontrarem a melhor alternativa, utilizando o máximo de seus recursos.

Não é fácil, mas nem de longe é impossível.

Cargos e Salários na prática/SP - Laselva Soluções Organizacionais

Cargos e Salários na prática/SP – Laselva Soluções Organizacionais

Objetivo: Apresentar aos profissionais de remuneração e para aqueles que desejam ingressar na área, como a remuneração estratégica traz o desenvolvimento profissional, Gestão de Recursos humanos e a lucratividade nos negócios.

Público: Analistas, Coordenadores e Gerentes da área de recursos humanos, que tenham como objetivo o aperfeiçoamento nas práticas de remuneração e demais interessados em ingressar na área de remuneração.

Facilitadora: Silvana Di Marco, instrutora de diversos programas de treinamentos, com mais de 30 anos de experiência na área de recursos humanos, formada em administração de empresas e pós graduada em gestão de pessoas, atuou como gerente de remuneração em grandes empresas como: Catho Online, Liberty Seguros, Hay Group entre outras.

Carga horária: 16hs
Infraestrutura Local: Sala com computadores e acesso a internet para atividades práticas

Investimento: R$ 950,00 ( Novecentos e Cinquenta Reais ) por participante com 10% de desconto para pagamento à vista, ou em até 3 X parcelados no cartão de crédito.
Desconto especial para estudantes e empresas.

Maiores Informações ligue: (62) 3242-8834
WhatsApp: (11) 98101-3580 ou (11) 99258-7109
E-mail: andreia.melo@laselvarh.com.br

Importante: Reservamos o direito de cancelar o curso, caso não haja o quórum mínimo de participantes. Neste caso, será ressarcido a cada inscrito, 100% do valor referente ao valor do curso, não incluso eventuais taxas , juros despesas de locomoção e hospedagem. Será depositado em conta corrente (CPF) em nome do participante em até 20 dias.


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    Capacitação pavimenta o caminho para o sucesso

    Capacitação pavimenta o caminho para o sucesso

    Algumas instituições oferecem cursos online para ajudar o empreendedor a abrir um negócio ou resolver problemas no dia a dia da gestão

    mpreendedorismo não se aprende na escola. A frase, que já virou até mote de livro no Brasil (O Guia do Pai Rico, de Robert T. Kiyosaki, publicado pela Editora Elsevier, é um dos que discutem o tema), vem ganhando novas interpretações nos últimos anos. Isso porque o assunto, ainda que timidamente, já faz parte do currículo de algumas escolas brasileiras e não causa mais estranhamento ao jovem. Ainda bem, pois a falta de capacitação é um dos entraves para quem deseja abrir e manter um negócio próprio. Além do que a mentalidade empreendedora é um componente importante para formar um profissional versátil, capaz de se adaptar a diferentes demandas, inclusive trabalhando no meio corporativo. Porém, se a formação do empreendedor brasileiro, espera-se, será melhor no futuro, o que dizer da situação de quem já se encontra no mercado e tem de lidar com esses desafios agora?

    A resposta também é positiva, já que algumas instituições oferecem capacitação — muitas vezes de graça —, tanto para quem está na linha de frente quanto para quem deseja empreender. Na internet, é possível encontrar todo tipo de material que auxilia o empreendedor a dar conta das tarefas do dia a dia, seja lá qual for seu segmento de atuação. A lista de itens que requerem um conhecimento mínimo vão de finanças a vendas. Se tudo isso pudesse ser resumido a uma só palavra talvez a mais adequada seria gestão. Consequência direta da capacitação, a gestão é o grande ferramental que permite ao empreendedor desempenhar bem o seu papel. Mas você não precisa ser um administrador de empresas diplomado para gerir bem o seu negócio, embora, num cenário idealizado, isso fosse essencial. E, a bem da verdade, é impossível dominar todas as variantes de conhecimento que a gestão de um negócio exige. E o importante é não parar de estudar e aprender nunca, pois sempre surgirão novos desafios. Confira cinco instituições que prestam esse serviço ao empreendedorismo.

    Sebrae
    Entre as cerca de 150 soluções educacionais do EAD Sebrae (programa de educação a distância) estão cursos, oficinas por celular, jogos, minicursos, vídeos, ebooks e podcasts. A ferramenta ajuda quem quer abrir um negócio ou já tem um e deseja melhorar. Saiba como controlar as finanças, fazer planejamento, lidar com fornecedores e muito mais. É só se cadastrar.
    Onde: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ead

    Fundação Getulio Vargas (FGV)
    A Fundação Getulio Vargas foi a primeira instituição brasileira a ser membro do OEC – Open Education Consortium, um consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos sem custo, pela internet. Há módulos em diferentes áreas, como economia e finanças, gerenciamento de projetos, gestão empresarial, gestão de pessoas, marketing e vendas, sustentabilidade e responsabilidade social. Basta se inscrever.
    Onde: http://www5.fgv.br/fgvonline/Cursos/Gratuitos/

    Veduca
    Negócio social que tem a missão de impactar positivamente a vida das pessoas por meio de conteúdos de qualidade produzidos de forma sustentável, colaborativa, transparente, horizontal e oferecidos de maneira acessível e simples. Todos os cursos livres são online e ministrados por professores de reconhecidas instituições parceiras do Veduca, como a Universidade de São Paulo (USP). Você tem acesso a vídeos, atividades e materiais complementares de forma gratuita. Se optar pelo curso certificado, investindo R$ 49, terá oportunidade de fazer uma avaliação ao final do curso e receber um certificado digital reconhecido pelo mercado.
    Onde: http://veduca.org/courses

    Endeavor
    Organização de fomento ao empreendedorismo, a Endeavor busca criar um ambiente de negócios melhor para o Brasil e oferece uma série de cursos online ou por e-mail gratuitos, que incluem desde planejamento estratégico até marketing digital para empreendedores. É só fazer a matrícula e começar a estudar.
    Onde: https://endeavor.org.br/cursos/

    facebook
    Esta iniciativa mescla o ambiente virtual com um espaço físico. O facebook, maior rede social do mundo, vai inaugurar, em dezembro, na Avenida Paulista, a Estação Hack São Paulo, onde serão oferecidos cursos gratuitos de programação para jovens e workshops sobre empreendedorismo e planejamento de carreira. A empresa irá, também, acelerar startups de impacto social.

    Como ser descoberto por um headhunter?

    Como ser descoberto por um headhunter?

    O sucesso de um processo seletivo depende de uma sinergia muito grande entre candidato, vaga e empresa contratante. É indispensável ser autêntico e honesto para não criar expectativas ruins.

    Todo profissional busca ser reconhecido e ter sucesso na carreira, os mais ambiciosos dedicam-se a escalar a pirâmide corporativa rumo ao topo, enquanto outros querem atingir profundidade em suas áreas de especialização. Independente do planejamento individual de carreira é importante contar com bem mais do que a sorte na hora de encontrar novas oportunidades. Nesse sentido ser descoberto por um headhunter pode ser considerado um importante passo no amadurecimento profissional, uma vez que fica explicito que você se tornou objeto de desejo no seu mercado de atuação.
    De maneira muito prática, o primeiro passo para ser encontrado por um recrutador é fazer um bom trabalho e destacar-se em seu mercado de atuação. Os bons profissionais conseguem, ao longo da carreira, construir uma fama positiva para o mercado e isso, por si só, fará com que você seja descoberto quando surgir uma oportunidade para seu perfil de atuação.
    Tão importante quando deixar uma boa impressão pelas empresas que passar, é manter seu perfil nas redes sociais sempre atualizado. Principalmente o perfil do LinkedIn, rede social voltada para relacionamentos profissionais. Mais do que manter o perfil atualizado com o as empresas que trabalhou, é importante descrever as atividades e projetos realizados. Durante a busca por profissionais, o headhunter utiliza palavras chaves para encontrar o perfil, e essas palavras não necessariamente estão no título dos cargos. Além disso, o profissional precisa aprender a preencher o currículo para ser visto da maneira que deseja.
    No mercado de marketing e vendas, por exemplo, é importante descrever as atividades realizadas pensando no próximo passo que quer atingir na carreira. Uma dica muito importante na hora de construir o currículo é manter a descrição das atividades técnicas. Caso o perfil técnico do currículo seja compatível com a descrição esperada para a vaga, o perfil comportamental será validado na fase de entrevistas.
    Se o profissional estiver ativo na busca por uma recolocação ou por uma nova oportunidade, meu conselho é dedicar tempo na construção do currículo. Mais do que quantidade de informação é preciso ter assertividade e foco. Mirar naquilo que deseja e preencher o currículo para conquistar esse objetivo. Muitas vezes é importante até adaptar o seu currículo para cada vaga e empresa que desperte o seu interesse, ressaltando em cada uma delas aquilo que mais saltará aos olhos do recrutados, ou seja, suas experiências mais relevantes para a ocupação daquele cargo.
    É fundamental tomar cuidado para ser discreto na busca, caso esteja trabalhando. Apesar de ser absolutamente normal procurar novas oportunidades de carreira ainda existe um tabu no mundo corporativo, onde se o profissional está procurando emprego significa que este está insatisfeito. Nesse caso o mais importante é continuar desempenhando um excelente trabalho e fazendo as entregas que precisam ser feitas. Dessa forma, no momento em que precisar pedir demissão, você evitará ressentimentos e saberá que fez o melhor trabalho possível no período em que esteve na empresa.
    Apesar de ser a dica mais dada por recrutadores, vale o reforço: nunca minta no currículo. Parece óbvio, mas ainda pegamos muito candidatos cometendo esse erro que destrói a credibilidade do profissional.
    Passada a fase de ser descoberto pelo headhunter vem a segunda parte do processo seletivo: a entrevista! Tão temida e aguardada pelos profissionais, a entrevista é a melhor chance de mostrar o quanto você deseja preencher a cadeira disponível. Além de muita energia e disposição, é fundamental estudar sobre a empresa, o mercado de atuação e até mesmo sobre algumas correntes. Demonstrar real interesse é a melhor maneira de deixar uma boa impressão. Agora, se você não estiver tão afim assim da oportunidade, nem aceite o convite para o bate papo, isso demonstra respeito pelo seu tempo e pelo tempo do recrutador também.
    O sucesso de um processo seletivo depende de uma sinergia muito grande entre candidato, vaga e empresa contratante. É indispensável ser autêntico e honesto para não criar expectativas ruins para ambos os lados. Por fim, se eu pudesse te dar apenas um conselho para ser notado por um headhunter seria: mais do que simplesmente ser visto/encontrado, faça com que você seja lembrado.
    22º Evento RH Neurociência Aplicada a Gestão de Pessoas

    Aconteceu em São Paulo

    A equipe da Laselva Soluções Organizacionais – Filial SP marcou presença no 22º Evento de RH Neurociência Aplicada a Gestão de Pessoas.

    HRTechs prometem desburocratizar processos de gestão de pessoas

    HRTechs prometem desburocratizar processos de gestão de pessoas

    Depois das fintechs, surgem as startups que pretendem, também, agilizar os processos do RH

    Profissionais cada vez mais insatisfeitos, alta rotatividade, absentismo, reforma trabalhista, e-social. A lista de desafios da área de recursos humanos das companhias é extensa. Para tentar tapar cada um desses buracos, pequenas empresas fortemente baseadas em tecnologia têm surgido no Brasil. Depois das fintechs, das agrotechs, das insurtechs e das edutechs, chegou a vez das HRtechs.

    A grande novidade dessas start­ups é a aplicação de análise de dados e inteligência artificial em todas as práticas de gestão de pessoas, desde a operação da folha de pagamentos e a administração de benefícios até o recrutamento e seleção e as avaliações de desempenho.

    Esse negócio tem atraído empreendedores e investidores globalmente. Segundo a consultoria CB Insights, as HRtechs captaram 7,3 bilhões de dólares em todo o mundo de 2012 a 2016. A maior parte dos recursos foi levantada por empresas nos Estados Unidos (62%), mas três brasileiras aparecem entre as 65 startups com os maiores aportes no perío­do: Emprego Ligado, GoIntegro e Xerpa. Com novos empreendimentos nascendo todos os dias, é impossível saber quantos voltados para gestão de pessoas existem. A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) tem atualmente 17 associadas com esse perfil, mas VOCÊ RH mapeou pelo menos outras 20 que atuam no ramo.

    Assim como as fintechs surgiram para desburocratizar os serviços bancários, a origem das HRtechs se conecta a uma mudança de cultura e de esquemas de trabalho. Há, dentro das companhias, um deslocamento das funções de recursos humanos, de um departamento burocrático para uma área estratégica de seleção e retenção de talentos que ajude a melhorar os resultados dos negócios.

    Essas startups especializadas ajudam a imprimir velocidade às práticas de gestão do capital humano — algo pelo qual o líder de RH tem sido cobrado. Sem falar na conexão com o público jovem, uma massa crescente nos ambientes corporativos. “Existe hoje uma grande preocupação vinculada à transformação geracional que demanda adaptações na proposta de valor e nas experiências que a companhia precisa entregar. A tecnologia é uma delas”, diz Marcelo De Lucca, sócio de gestão de pessoas, performance e cultura da consultoria e auditoria KPMG, na qual 80% do quadro de funcionários tem até 36 anos.


    Contratação a jato

    Assim como a prioridade do RH é atrair e manter os melhores talentos, boa parte das HRtechs atua  em recrutamento e seleção. Elas buscam desenvolver ferramentas para tornar o processo mais escalável, tirando o peso da análise de milhares de currículos pelos profissionais de recursos humanos. A promessa das startups é localizar o perfil de candidatos que a empresa precisa e, ao mesmo tempo, o perfil de empresa que o candidato procura.

    A fabricante de bebidas Ambev fez um piloto para contratar pessoas para as áreas operacionais e de vendas usando os serviços da Rankdone, um marketplace de testes para conhecimentos técnicos que ajuda na seleção dos candidatos. Segundo Gisele Takekawa, gerente de gestão e pessoas da Ambev, os candidatos que usaram o sistema reportaram uma satisfação de 96% — e o tempo de triagem dos candidatos caiu 70%. A plataforma agora será ampliada para todos os processos seletivos. Outro aplicativo que trouxe agilidade no recrutamento foi o Indique um Amigo, desenvolvido pela Luxfacta e instalado em 2016. Ele automatizou o tradicional costume de os funcionários levarem currículos de conhecidos que desejam trabalhar na Ambev. “A rotatividade dos empregados contratados por esse sistema é metade da de outras fontes”, diz a executiva.

    Com 4 200 funcionários, a KPMG testou os serviços de mais de dez HRtechs no último ano. Uma delas foi a plataforma da Matchbox para a contratação de trainees. A startup usa inteligência artificial, realidade virtual e games para oferecer uma experiência melhor nos processos seletivos. A novidade começa na candidatura às vagas, que substitui os tradicionais formulários por um software que simula uma conversa com o jovem (solução conhecida como chatbot) para coletar suas informações. Na etapa de seleção, em vez de testes psicológicos, games para avaliar a habilidade de o profissional resolver problemas. O programa diminuiu em 20% o tempo de preenchimento das vagas, segundo Marcelo De Lucca.

    A inteligência artificial usada pelas HRtechs ajuda o RH ao reunir informações que os próprios departamentos pessoais têm, mas que geralmente estão espalhadas e fragmentadas em diversos sistemas. “Com os dados reunidos, associados ao people analytics, é possível saber, por exemplo, quais são os profissionais dentro da companhia que têm melhor desempenho, quais suas características, e contratar pessoas com o mesmo perfil”, diz Marcel Lotufo, CEO da Kenoby, startup de recrutamento e seleção.

    Com sistemas mais eficientes, as corporações conseguem reduzir os custos dos processos de recrutamento e da vacância de cargos. A fabricante de cosméticos Natura passou seis meses tentando encontrar um desenvolvedor mobile. “A posição era complexa, com alta exigência de perfil e oferta pequena no mercado”, diz Flavio Pesiguelo, diretor de pessoas e cultura na Natura, que emprega 6 400 pessoas. Ele contratou a plataforma Revelo e, uma vez criado o perfil da vaga, em menos de 1 minuto o sistema gerou uma lista de quatro candidatos para ser entrevistados. Em sete dias, o profissional foi empregado.

    Contudo, como a história das HRtechs é recente, não houve tempo suficiente para os líderes de recursos humanos mensurarem se as contratações são, de fato, mais eficientes. Mas a percepção de quem já usa a plataforma vai nessa linha. “De acordo com o feedback da liderança, houve maior assertividade na qualidade da contratação”, diz De Lucca, da KPMG.


    Cabe no bolso

    Além da agilidade, o custo acessível também explica o boom das HRtechs. A maioria vende o uso do sistema ou do aplicativo como se fosse uma assinatura, o que no jargão de TI é chamado de “software as a service”. Baseado na nuvem (em outro jargão, na cloud), isso elimina os programas proprietários, a compra de máquinas e os gastos com equipes especializadas.


    Flavio Pesiguelo, diretor de pessoas da Natura: ele passou seis meses tentando preencher a vaga de desenvolvedor mobile pelos meios tradicionais | Omar Paixão


    Os preços cobrados variam de acordo com o serviço prestado e a customização dos sistemas. O custo é calculado com base no tamanho da empresa: com até 50 empregados; de 51 a 100; e assim por diante. Serviços mais simples, como de distribuição de holerites, começam com assinaturas a partir de 100 reais mensais para organizações de até 50 profissionais e podem passar de 10 000 reais para aquelas com milhares de trabalhadores. Assinaturas de sistemas complexos, como os de análise de dados e comportamento que utilizam inteligência artificial, começam em 1 000 reais para pequenas empresas e podem chegar a 50 000 reais para as grandes.

    Marcelo Abreu, especialista de tecnologia da informação da Ambev, avalia que outra vantagem das HRtechs é a flexibilidade de construir ferramentas para atender a demandas específicas. A desvantagem é que, por se tratarem de startups, muitas vezes suas estruturas de suporte técnico não suportam o atendimento às corporações maiores. “Mas isso é manejável, e conseguimos ajudá-las”, diz.

    Não dá para negar que a taxa de mortalidade dessas novatas ainda é alta. Mas, segundo Guilherme Massa, cofundador da aceleradora Liga Ventures, um contrato de 50 000 reais, acordado com um grande cliente, pode assegurar a sobrevivência da startup — na verdade, pode significar até que seu faturamento duplicou.

    E fica um alerta para o líder de recursos humanos. Companhias clássicas não devem encarar as HRtechs como seus demais fornecedores tradicionais. “Elas se arriscam não só em novos mercados mas também em formas inéditas de entregar um produto. Então, não espere por três cotações de um projeto, porque provavelmente não haverá muitas empresas fazendo aquilo”, afirma Massa.