Por onde começar quando se deseja mudar de carreira?
Pesquisa da ISMA Brasil constatou que 72% dos profissionais do Brasil manifestam algum tipo de descontentamento relacionado ao dia a dia nas empresas em que atuam
Quero mudar de carreira, como escolho? Essa pergunta é mais comum do que imaginamos.
Eu mesmo já passei por isto mais de uma vez, seja por não estar satisfeito com uma carreira ou seu rumo, ou porque eu queria novos desafios, oportunidades, ser promovido, empregabilidade, sair de minha zona de conforto, maiores salários, crescimento profissional, entre outros tantos motivos. Sobram razões para sonhar com um novo projeto de vida.
O fato é que pesquisas relatam, de formas diferentes, a mesma questão sobre a insatisfação com o trabalho, independente o que isto signifique para cada um de nós. A ISMA (International Stress Management Association) Brasil constatou que 72% dos profissionais manifestam algum tipo de descontentamento relacionado ao dia a dia nas empresas em que atuam.
Conforme uma série de mudanças a cada dia mais rápidas, dentre elas disponibilidade de informações de forma fácil, ascensão de classe social, mais anos de estudo, as pessoas cada vez mais tornam-se reflexivas sobre o retorno que um trabalho, carreira, profissão deve dar a cada um, bem como, qual a sua contribuição à sociedade usando o seu talento como ferramenta, isto, ainda conectado com o seu propósito de vida, muitas vezes ainda não muito “claro”, torna o projeto “mudança” ainda mais desafiador .
1.Paixão – Reflita com muita calma sobre o que realmente te dá paixão profissional, aquilo que você se pega mesmo sem perceber pensando, sendo curioso, querendo aprender e fazer mais, agregar valor, isto fará uma grande diferença. Também exercite imaginar se daqui um tempo você se vê atuando com esta “paixão”, pois independe de qual for, a dedicação sempre será muito grande;
2. Valor – E importante identificar e validar sua paixão, mas, ela por si só é insuficiente para aumentar suas chances de sucesso neste projeto de mudança de carreira, é necessário que sua paixão gere valor ao mercado e, seja reconhecida por isto. Simplificando, estamos falando em viabilidade econômica, a sua paixão tem “apelo econômico”? Se sim, está de acordo com sua expectativa de ganhos? Sem esta avaliação, as chances da mudança de carreira não darem certo são maiores e, até o risco de retorno à “carreira insatisfatória” e frustração também são grandes.
3. Conhecimento – Se pergunte: ” Quanto você conhece desta nova carreira ou posição? Há necessidade de algum conhecimento formal (como certificados ou diplomas? Possui contato com alguém que já atua onde você quer ir? De que tipo de conhecimento precisa ter para iniciar nesta posição? Seria interessante fazer um plano para atingir tal conhecimento.
4. Comunicação – Interna e externa. — Primeiro a comunicação interna (com você), chegou a uma definição e se convenceu desta decisão? Se não, o que falta? O que te impede de ter a decisão? — Segundo a comunicação externa, como se posicionará no mercado de trabalho, desde curriculum, linkedin e entrevistas, o pode falar a seu favor para esta mudança e para que os outros “comprem” a sua ideia de mudança?
Lembrando que terá concorrentes muitas vezes tão ou mais experientes do que você para esta nova posição.
5. Procure ajuda – Há um ditado relevante que diz: “Se quer ir rápido, vá sozinho, se quer ir longe, vá acompanhado.” Recomendo sempre que possível pedir ajuda seja profissional ou de uma amigo ou conhecido que já trilhou este caminho e, pode com mais assertividade, segurança te apresentar as possíveis armadilhas e aumentar assim suas chances de sucesso no projeto “mudança de carreira”. Lembre-se: “pensando bem, você pode crescer!”.
“Currículo cego” se populariza entre grandes empresas no mundo
SÃO PAULO – Desde 2006, empresas na França com mais de 50 funcionários devem adotar o método do “currículo cego” para recrutar funcionários. Trata-se de um formato de CV sem informações pessoais como nome, endereço, idade, nacionalidade, gênero ou foto – até mesmo o endereço de e-mail utilizado deve ser impessoal, contendo, por exemplo, iniciais.
Esse método de recrutamento serve para evitar discriminação – seja por gênero, nacionalidade, raça ou quaisquer fatores que possam prejudicar as chances de determinado candidato. Como só funciona para fases antes da entrevista presencial, pretende ser efetivo principalmente em casos onde o preconceito parte do inconsciente do recrutador.
Espanha, Alemanha, Reino Unido, Suécia e Holanda adotaram iniciativas semelhantes à francesa, cada uma em seu formato. Normalmente, as empresas se voluntariam a segui-la. Entre essas organizações voluntárias já há nomes como Deloitte, HSBC, BBC e outras gigantes de variadas indústrias. Na Espanha, um grupo de 78 empresas anunciou adesão à iniciativa em julho deste ano, depois que a Ministra de Saneamento Serviços Sociais e Igualdade, Dolors Monserrat, disse em janeiro que pretendia adotar a medida no país.
Trata-se de uma forma de tentar aumentar o nível de oportunidade e diminuir a discriminação no ambiente de trabalho. Vai na mesma direção que a legislação adotada em abril deste ano em Nova York, segundo a qual fica proibido questionar o salário anterior em entrevistas de emprego para evitar a perpetuação da desigualdade salarial por gênero.
É necessário?
Nos Estados Unidos, pesquisas descobriram que pessoas com nomes considerados “étnicos” têm chances 50% maiores de ficar sem resposta logo na fase de envio de currículos para vagas de emprego. Antes de receber uma ligação do empregador, pessoas com nomes considerados mais comuns entre brancos, como Emily e Greg, precisam enviar cerca de 10 currículos; para nomes “negros”, como Lakisha e Jamal por sua vez, enviam cerca de 15 e-mails antes de obter respostas positivas.
Outro estudo, realizado na Alemanha, demonstrou que nomes que soem estrangeiros possuem chances 14% menores de conseguir entrevistas de emprego. Já no Reino Unido, 36% dos candidatos de minorias étnicas conseguiram empregos entre 2010 e 2012, em comparação com 55% dos brancos.
É positivo?
Em 2015, um estudo da MacKinsey descobriu que empresas mais diversas têm desempenhos melhores financeiramente. Mais especificamente, empresas cuja equipe tem boa diversidade de gênero têm desempenho 15% maior, enquanto empresas diversas etnicamente desempenham até 35% melhor.
Outra análise, do Credit Suisse, demonstrou que empresas com ao menos uma mulher no conselho tinham maior retorno financeiro e maior crescimento em resultados financeiros líquidos do que aquelas sem mulher alguma nesses cargos.
É suficiente?
Apenas 13,6% dos cargos executivos no Brasil são ocupados por mulheres. Entre pessoas negras, a taxa é ainda menor: 4,7%. Realizada com dados das 500 maiores empresas do país, a pesquisa do Instituto Ethos e do BID que mostrou esses números em 2016 descobriu que a proporção diminuiu na comparação com anos anteriores.
No geral, homens brasileiros têm salários 19% maiores que mulheres no Brasil – muito embora o nível de ensino entre as mulheres seja maior que o dos homens no país. Tudo isso significa que, mesmo após contratadas, algo impede que pessoas de minorias subam na hierarquia em grandes empresas.
Selecionar apenas pela qualificação profissional também pode não ser o ideal no que diz respeito ao quadro de oportunidades em fases anteriores da vida. Desde o ensino médio, a população branca tem mais chance de estudar no Brasil: a taxa de matrícula do primeiro grupo é de 71%, enquanto a de negros e pardos é de 58% e 57%, respectivamente.
A GOL quer atrair (e contratar) profissionais com mais de 50 anos
Diretor de RH da GOL explica por que a empresa quer estimular contratação de profissionais mais experientes e diz qual é o perfil procurado
Quem tem mais de 50 anos e está procurando emprego sabe que o mercado de trabalho, muitas vezes, pode ser cruel com os mais experientes.
“Há preconceito e, normalmente, essas pessoas já ficam descrentes e pensam que não vão encontrar oportunidades”, diz Jean Carlo Nogueira, diretor de RH da GOL Linhas Aéreas, que acaba de lançar uma campanha especial para atrair os profissionais mais velhos para a companhia.
Chamada de Experiência na Bagagem a iniciativa é parte do programa de inclusão da empresa – o GOL Para Todos – e surgiu depois que a liderança da empresa percebeu que seus profissionais mais experientes, na casa dos 50, 60 e 70 anos, tinham comprometimento, dedicação e engajamento muito acima da média.
“Essas são características muito importantes para a organização”, diz Nogueira. A ideia, então, foi a de incentivar profissionais com mais de 50 anos que estejam fora do mercado a cadastrar currículo e participar dos processos seletivos. O objetivo é, como diz o executivo, que haja mais “equilíbrio entre a jovialidade e a maturidade”, na companhia aérea.
Vagas no Brasil inteiro
Não há uma meta definida de atração, mas Nogueira garante que haverá muitas oportunidades, já que a empresa tem, ao todo, 15 mil funcionários. Segundo ele, a média de vagas com que a área de recursos humanos da GOL trabalha, ao todo, é entre 50 e 60 por mês
Os interessados já podem fazer o cadastro tanto pelo site da Gol quanto diretamente pelo Vagas.com. Nesse primeiro momento o programa tem foco em recrutar pessoas para a área de atendimento ao cliente. Atendimento de excelência: Veja na Hekima como Big Data ajuda a conhecer e a mapear o seu público Patrocinado
Empatia, boa capacidade de comunicação, flexibilidade, sensibilidade para identificar e lidar com diferentes tipos de público, gostar de se relacionar e servir pessoas, habilidade de solucionar problemas e trabalho em equipe são características do perfil procurado.
“Mas as vagas não estão limitadas ao atendimento”, diz o diretor de RH da GOL. Profissionais de todas as áreas podem se inscrever, de acordo com ele. Falar inglês é um diferencial importante, mas não é um requisito obrigatório, assim como formação superior. A exigência da empresa, segundo ele, é pelo diploma de Ensino Médio.
Dependendo da vaga, a jornada de trabalho pode ser flexível, segundo o executivo. “Temos vagas que são para trabalhar 4 horas, 6 horas, por exemplo”, diz.Nogueira também destaca que mais mil funcionários do call center da Gol trabalham de casa.
Os processos seletivos, em geral, contam com testes, seleção, dinâmica de grupo e entrevista com o RH e gestores.