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A farsa do expediente de oito horas

A farsa do expediente de oito horas

Trabalhar menos horas por dia pode ser mais produtivo, diz estudo

Em vez do clássico expediente de trabalho de oito horas, que tal reduzi-lo para três? Parece sonho de preguiçosos, mas tem respaldo científico: estudo da consultoria britânica Vouchercloud, que avaliou o desempenho de quase 2 mil funcionários de vários setores, constatou que, em média, os pesquisados trabalham realmente apenas duas horas e 53 minutos por dia. O restante do expediente se escoa em outras atividades não relacionadas ao trabalho, como checar redes sociais, tomar lanchinhos ou socializar. A neurociência explica o fato: nosso cérebro não consegue manter o foco em alguma tarefa por muito tempo. A maioria de nós mal resiste durante minutos. O problema se agrava ao longo do dia. Conforme se aproxima o fim do expediente, declina o poder de concentração.

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O estudo põe em dúvida o que diz a sabedoria convencional sobre jornadas longas e a tentativa de evitar qualquer distração (que, normalmente, fracassa). A intensidade da dedicação deve ser administrada com critério: pessoas mais produtivas não necessariamente se dedicam o tempo todo, sem interrupções, mas sim se concentram na tarefa por um tempo e depois se permitem uma pausa planejada, conforme constataram os autores. Eles sugerem redução de expediente como um caminho possível para melhores resultados. A Amazon avalia isso. A empresa começou uma experiência com algumas dezenas de funcionários: permite jornadas de cinco horas durante quatro dias por semana e folgas às sextas-feiras. Os resultados dessa experiência permanecem em sigilo.

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HRTechs prometem desburocratizar processos de gestão de pessoas

HRTechs prometem desburocratizar processos de gestão de pessoas

Depois das fintechs, surgem as startups que pretendem, também, agilizar os processos do RH

Profissionais cada vez mais insatisfeitos, alta rotatividade, absentismo, reforma trabalhista, e-social. A lista de desafios da área de recursos humanos das companhias é extensa. Para tentar tapar cada um desses buracos, pequenas empresas fortemente baseadas em tecnologia têm surgido no Brasil. Depois das fintechs, das agrotechs, das insurtechs e das edutechs, chegou a vez das HRtechs.

A grande novidade dessas start­ups é a aplicação de análise de dados e inteligência artificial em todas as práticas de gestão de pessoas, desde a operação da folha de pagamentos e a administração de benefícios até o recrutamento e seleção e as avaliações de desempenho.

Esse negócio tem atraído empreendedores e investidores globalmente. Segundo a consultoria CB Insights, as HRtechs captaram 7,3 bilhões de dólares em todo o mundo de 2012 a 2016. A maior parte dos recursos foi levantada por empresas nos Estados Unidos (62%), mas três brasileiras aparecem entre as 65 startups com os maiores aportes no perío­do: Emprego Ligado, GoIntegro e Xerpa. Com novos empreendimentos nascendo todos os dias, é impossível saber quantos voltados para gestão de pessoas existem. A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) tem atualmente 17 associadas com esse perfil, mas VOCÊ RH mapeou pelo menos outras 20 que atuam no ramo.

Assim como as fintechs surgiram para desburocratizar os serviços bancários, a origem das HRtechs se conecta a uma mudança de cultura e de esquemas de trabalho. Há, dentro das companhias, um deslocamento das funções de recursos humanos, de um departamento burocrático para uma área estratégica de seleção e retenção de talentos que ajude a melhorar os resultados dos negócios.

Essas startups especializadas ajudam a imprimir velocidade às práticas de gestão do capital humano — algo pelo qual o líder de RH tem sido cobrado. Sem falar na conexão com o público jovem, uma massa crescente nos ambientes corporativos. “Existe hoje uma grande preocupação vinculada à transformação geracional que demanda adaptações na proposta de valor e nas experiências que a companhia precisa entregar. A tecnologia é uma delas”, diz Marcelo De Lucca, sócio de gestão de pessoas, performance e cultura da consultoria e auditoria KPMG, na qual 80% do quadro de funcionários tem até 36 anos.


Contratação a jato

Assim como a prioridade do RH é atrair e manter os melhores talentos, boa parte das HRtechs atua  em recrutamento e seleção. Elas buscam desenvolver ferramentas para tornar o processo mais escalável, tirando o peso da análise de milhares de currículos pelos profissionais de recursos humanos. A promessa das startups é localizar o perfil de candidatos que a empresa precisa e, ao mesmo tempo, o perfil de empresa que o candidato procura.

A fabricante de bebidas Ambev fez um piloto para contratar pessoas para as áreas operacionais e de vendas usando os serviços da Rankdone, um marketplace de testes para conhecimentos técnicos que ajuda na seleção dos candidatos. Segundo Gisele Takekawa, gerente de gestão e pessoas da Ambev, os candidatos que usaram o sistema reportaram uma satisfação de 96% — e o tempo de triagem dos candidatos caiu 70%. A plataforma agora será ampliada para todos os processos seletivos. Outro aplicativo que trouxe agilidade no recrutamento foi o Indique um Amigo, desenvolvido pela Luxfacta e instalado em 2016. Ele automatizou o tradicional costume de os funcionários levarem currículos de conhecidos que desejam trabalhar na Ambev. “A rotatividade dos empregados contratados por esse sistema é metade da de outras fontes”, diz a executiva.

Com 4 200 funcionários, a KPMG testou os serviços de mais de dez HRtechs no último ano. Uma delas foi a plataforma da Matchbox para a contratação de trainees. A startup usa inteligência artificial, realidade virtual e games para oferecer uma experiência melhor nos processos seletivos. A novidade começa na candidatura às vagas, que substitui os tradicionais formulários por um software que simula uma conversa com o jovem (solução conhecida como chatbot) para coletar suas informações. Na etapa de seleção, em vez de testes psicológicos, games para avaliar a habilidade de o profissional resolver problemas. O programa diminuiu em 20% o tempo de preenchimento das vagas, segundo Marcelo De Lucca.

A inteligência artificial usada pelas HRtechs ajuda o RH ao reunir informações que os próprios departamentos pessoais têm, mas que geralmente estão espalhadas e fragmentadas em diversos sistemas. “Com os dados reunidos, associados ao people analytics, é possível saber, por exemplo, quais são os profissionais dentro da companhia que têm melhor desempenho, quais suas características, e contratar pessoas com o mesmo perfil”, diz Marcel Lotufo, CEO da Kenoby, startup de recrutamento e seleção.

Com sistemas mais eficientes, as corporações conseguem reduzir os custos dos processos de recrutamento e da vacância de cargos. A fabricante de cosméticos Natura passou seis meses tentando encontrar um desenvolvedor mobile. “A posição era complexa, com alta exigência de perfil e oferta pequena no mercado”, diz Flavio Pesiguelo, diretor de pessoas e cultura na Natura, que emprega 6 400 pessoas. Ele contratou a plataforma Revelo e, uma vez criado o perfil da vaga, em menos de 1 minuto o sistema gerou uma lista de quatro candidatos para ser entrevistados. Em sete dias, o profissional foi empregado.

Contudo, como a história das HRtechs é recente, não houve tempo suficiente para os líderes de recursos humanos mensurarem se as contratações são, de fato, mais eficientes. Mas a percepção de quem já usa a plataforma vai nessa linha. “De acordo com o feedback da liderança, houve maior assertividade na qualidade da contratação”, diz De Lucca, da KPMG.


Cabe no bolso

Além da agilidade, o custo acessível também explica o boom das HRtechs. A maioria vende o uso do sistema ou do aplicativo como se fosse uma assinatura, o que no jargão de TI é chamado de “software as a service”. Baseado na nuvem (em outro jargão, na cloud), isso elimina os programas proprietários, a compra de máquinas e os gastos com equipes especializadas.


Flavio Pesiguelo, diretor de pessoas da Natura: ele passou seis meses tentando preencher a vaga de desenvolvedor mobile pelos meios tradicionais | Omar Paixão


Os preços cobrados variam de acordo com o serviço prestado e a customização dos sistemas. O custo é calculado com base no tamanho da empresa: com até 50 empregados; de 51 a 100; e assim por diante. Serviços mais simples, como de distribuição de holerites, começam com assinaturas a partir de 100 reais mensais para organizações de até 50 profissionais e podem passar de 10 000 reais para aquelas com milhares de trabalhadores. Assinaturas de sistemas complexos, como os de análise de dados e comportamento que utilizam inteligência artificial, começam em 1 000 reais para pequenas empresas e podem chegar a 50 000 reais para as grandes.

Marcelo Abreu, especialista de tecnologia da informação da Ambev, avalia que outra vantagem das HRtechs é a flexibilidade de construir ferramentas para atender a demandas específicas. A desvantagem é que, por se tratarem de startups, muitas vezes suas estruturas de suporte técnico não suportam o atendimento às corporações maiores. “Mas isso é manejável, e conseguimos ajudá-las”, diz.

Não dá para negar que a taxa de mortalidade dessas novatas ainda é alta. Mas, segundo Guilherme Massa, cofundador da aceleradora Liga Ventures, um contrato de 50 000 reais, acordado com um grande cliente, pode assegurar a sobrevivência da startup — na verdade, pode significar até que seu faturamento duplicou.

E fica um alerta para o líder de recursos humanos. Companhias clássicas não devem encarar as HRtechs como seus demais fornecedores tradicionais. “Elas se arriscam não só em novos mercados mas também em formas inéditas de entregar um produto. Então, não espere por três cotações de um projeto, porque provavelmente não haverá muitas empresas fazendo aquilo”, afirma Massa.

É possível trabalhar sem dress code? Laselva Soluções Organizacionais

É possível trabalhar sem dress code?

A resposta é sim. Empresas percebem que dar liberdade para os funcionários escolherem como querem se vestir no trabalho aumenta o engajamento e a felicidade.

“E a bermuda?”. Essa foi uma das perguntas que um dos funcionários da IBM fez durante um bate-papo com o RH da companhia. O argumento dele e de vários colegas é que todos gostariam de usar roupas mais leves durante os dias de calor.

A questão ficou na cabeça dos executivos de recursos humanos que ficaram pensando em como poderiam atender a essa demanda. A alternativa foi abolir o dress code, que, embora fosse flexível e, desde 1996, não exigisse o uso de terno, ainda não incluía as bermudas, rasteirinhas e tênis. “Foi uma maneira de nos aproximar dos funcionários e reafirmar nossos valores de diversidade e confiança”, diz Christiane Berlinck, diretora de RH da IBM, em São Paulo. No dia 23 de fevereiro de 2017, no alto verão, a novidade foi comunicada por meio de um vídeo publicado no blog interno da IBM. E no dia 3 de março, a companhia postou o vídeo em sua página do Facebook – a notícia ganhou 1 300 curtidas. “A quantidade de fotos de pessoas usando bermuda que eu recebi nos dias seguintes foi incrível”, afirma Christiane.

Questão de bom senso

A história da IBM mostra que a expressão individual está ganhando força nas corporações – tendência que vem na esteira da flexibilização dos modos e nas relações de trabalho, que estão cada vez menos hierárquicas. “A moda é a representação da sociedade e da cultura da época”, diz Ana Franco, consultora de imagem no Rio de Janeiro e em Goiânia. Mas, mesmo sem regras, as empresas podem dar orientações genéricas para ajudar os funcionários a não cometerem erros. No vídeo, a IBM fez questão de deixar claro que o mais importante é o bom senso de pensar sobre os compromissos diários e adequar a roupa às necessidades. Se existe um encontro com um cliente formal, é melhor usar roupas sociais. Se não, é só não abusar e vestir uma bermuda de praia.

Claro que, no começo, essa mudança pode ser chocante para alguns. “Por ser uma empresa centenária e tradicional, a ideia de que a roupa representa o negócio deixava alguns pouco à vontade com a liberdade. Mas, depois de um tempo com o projeto, essas pessoas também foram mudando”, diz Christiane. E há, claro, os embaixadores da causa. Um executivo que está há quarenta anos na empresa e que gosta de usar terno e gravata fez questão de comandar uma reunião de bermudas. O objetivo era mostrar para a equipe que todos podiam usar o que quisessem.

Transformação cultural

A diretora de gente e gestão da Suzano, empresa de papel e celulose, Julia Fernandes, em São Paulo, também avalia como acertada a medida recente da empresa de acabar com o dress code no começo deste ano.

Na Suzano, o dress code não existe mais desde o começo do ano. A decisão veio em conjunto com a revisão cultural da companhia, que passou a dar mais liberdade para os funcionários – cujo lema, agora, é trabalhar “juntos e misturados”, sem mesas fixas no escritório de São Paulo. Assim como a IBM, a fabricante de papel e celulose foi motivada por um funcionário, que perguntou se a empresa tinha um código de vestimenta. “Por conta do empoderamento e da autonomia que damos aos funcionários, não fazia sentido ter um dress code”, diz Julia Fernandes, diretora de gente e gestão da Suzano. “A ideia era aumentar a interação e tornar as relações menos formais.”

A questão da vestimenta serviu para reforçar as mudanças culturais da empresa. “Dizer que não tinha o dress code foi simples: fizemos uma reunião em que comunicamos que as pessoas poderiam vir vestidas do jeito que quisessem, desde que com bom senso”, afirma Julia. Logo em seguida, o escritório começou a ficar cheio de gente usando jeans e camiseta. E o resultado da ação é tangível: na última pesquisa de clima da companhia, 95% dos funcionários disseram se sentir orgulhosos em trabalhar na empresa. Além disso, a Suzano foi eleita a Melhor Empresa para Começar a Carreira de 2017 – a prova de que, principalmente para os jovens, estar em um ambiente que dá liberdade de escolha (para se vestir e se desenvolver profissionalmente) é fundamental.

Saiba o que é o RH 3.0

Saiba o que é o RH 3.0

O novo modelo promete mais agilidade e participação para profissionais da área

 

Há um consenso no mercado: a área de recursos humanos precisa ganhar agilidade para acompanhar as transformações pelas quais passam as empresas. Para isso, deve rever suas práticas, seus processos e até mesmo a forma como está organizada internamente.

Na nova configuração, o líder de gestão de pessoas atua ainda mais próximo de seus pares de negócios (como o chefe de finanças e o de operação) e usa intensamente a tecnologia a seu favor. É isso o que Mike Barriere, sócio de uma consultoria, que ajuda as companhias a se preparar para o futuro, chama de RH 3.0. Com mais de 25 anos de experiência no setor privado, o executivo, baseado em Nova York, nos Estados Unidos, esteve em São Paulo em meados de agosto e falou com exclusividade a VOCÊ RH sobre esse novo conceito.


O que é o RH 3.0?

É a evolução do modelo tradicional de recursos humanos. O departamento nasceu para evitar que as companhias se envolvessem em problemas na hora de contratar e demitir mão de obra. Sua evolução, o RH 1.0, surgiu com a tarefa de garantir que as empresas cumprissem o que prometiam em relação às pessoas.

Já o RH 2.0 significou a mudança de que a área de recursos humanos precisava para ser mais do que apenas um parceiro de negócios — ela deveria administrar partes importantes para o negócio. Nessa fase, surgiram os business partners. Já o RH 3.0 significa a evolução do departamento a um nível que, com a ajuda da tecnologia, de ferramentas e de sistemas de people analytics, permite fazer muito mais na gestão de empregados.

business partner transforma-se num conselheiro de talentos, trabalhando junto com os líderes de negócios. O que você vê no modelo 3.0 é algo totalmente automatizado. É preparar o funcionário não só para hoje mas também para o futuro. É deixar a área de recursos humanos muito mais ágil.

Por que ele se tornou necessário?

Pelo entendimento de quanto a mão de obra vale dentro de uma empresa. Os CEOs e os demais líderes empresariais repararam que os talentos são escassos, e isso trouxe à tona a questão: o que podemos fazer para melhorar esse cenário? Quanto mais ferramentas capazes de gerenciar, desenvolver e atrair funcionários você criar, maiores as chances de melhorar seu negócio. Na área contábil: Um plano de carreira pode ajudar a reter talentos.

Qual a estrutura desse novo RH?

Ele ainda usa o modelo do business partner, do centro de excelência e do de serviços compartilhados. Mas o que se vê é uma estrutura na qual o papel do parceiro de negócios é realmente conectar os talentos às estratégias da companhia. Aqui, os BPs são muito experientes, altamente capacitados, conhecem bastante sobre talentos e analytics e sabem também o que move os indivíduos.

No centro de experiência, ficam os designers, os pensantes e os experts em temas diferentes, como planejamento de sucessão ou retenção. E nos centros de serviços compartilhados a automação acontece fortemente.

Qual o perfil necessário para atuar nesse departamento?

O perfil emergente é o de alguém que entenda qual tipo de negócio está sendo criado e que conheça fortemente sobre finanças e estratégia. É importante que o BP seja experiente e analítico, de modo que consiga usar o people analytics e engajar os líderes nas decisões que devem tomar, uma vez que o profissional de RH terá um entendimento muito maior do impacto dos programas de gestão de pessoas.

Por fim, é necessário que os parceiros de negócios saibam muito sobre os talentos: como eles são, e como identificar os de alto potencial.

Como ficam as atuais práticas de gestão de pessoas no RH 3.0?

Muitas práticas de têm de mudar ou evoluir para acompanhar uma organização ágil. Se você pensar no modo tradicional de avaliação de desempenho [no qual o feedback era anual e as metas definidas no começo do ano], ele não serve numa companhia na qual as pessoas trabalham em times diversos e as metas mudam com frequência.

É preciso dar o feedback rapidamente porque os objetivos são alcançados mais rápido também. Não só o RH precisa ser mais ágil como ajudar a empresa a se tornar cada vez mais ágil também.


Quais os desafios do líder de RH nessa configuração?

O primeiro desafio é de desenvolvimento. Muitos RHs ainda não aprenderam os temas que requerem uma profunda experiência, como analytics. O segundo problema é que as áreas de recursos humanos geralmente não recebem investimento em tecnologia nem em talentos — algumas não evoluíram por causa disso.

O que vale mais, seu tempo ou sua energia?

O que vale mais, seu tempo ou sua energia?

“Tempo é dinheiro”, estamos cansados de ouvir isso. No entanto, nossas experiências diretas nos fazem questionar essa máxima: o que vale mais, uma hora com baixo foco e energia ou 15 minutos de presença plena, com alto nível de energia física e mental?

Você está constantemente atarefado, mas não é produtivo? Tempo é um recurso finito e a resposta para alta performance (e qualidade de vida) está na habilidade com que administramos nossa energia e nos focamos no que é essencialmente relevante para nós.

Novas relações com o trabalho
A rotina de Otávio era exaustiva. Jovem, consultor em uma firma global de consultoria estratégica, ele vivia cansado por precisar cumprir horários rigorosos com seus clientes e não ter autonomia sobre sua agenda. A partir do momento em que passou a gerenciá-la, evitar o trânsito e trabalhar um dia por semana de casa, a produtividade (e a satisfação com o trabalho) de Otávio aumentou muito, mesmo trabalhando efetivamente mais horas. Já Marina, diretora de uma multinacional, trabalhava cerca de 12 horas por dia e aos finais de semana e, ao passar por uma crise de saúde, reavaliou a sua trajetória profissional e suas motivações. Marina passou então a constantemente bloquear sua agenda para retomar as aulas de yoga e para ter tempo de qualidade com seus filhos.

Estes são apenas alguns exemplos de que as demandas sociais, expectativas pessoais e tecnologias disponíveis estão alterando a nossa relação com o trabalho. Retorno financeiro e crescimento ainda são motivadores fortes (especialmente em épocas de crise), porém estamos mais preocupados com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. De acordo com uma pesquisa feita pela PwC em 2011, com cerca de 4,5 mil jovens de 75 países, 90% afirmam que qualidade de vida é um critério importante na hora de escolher um emprego. Quanto aos benefícios mais valorizados, em primeiro lugar está oportunidade de aprendizagem (22%), seguido de flexibilidade de trabalho (19%) e então retorno financeiro (14%). Ainda, buscamos cada vez mais sentido e alinhamento de valores no trabalho, e não apenas bônus agressivos. Em recente pesquisa da Deloitte (The 2016 Deloitte Millennial Survey) com 7,7 mil jovens da geração Y de 29 países, 87% afirmaram que o sucesso de um negócio não deve ser mensurado apenas por seu desempenho financeiro, e 55% elencaram valores pessoais e morais como os fatores de maior influência sobre suas decisões profissionais.

Uma rotina balanceada reflete também na performance profissional. Pessoas que acreditam ter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional se dedicam 21% mais ao trabalho, de acordo com uma pesquisa da Corporate Executive Board com 50 mil trabalhadores ao redor do mundo. Este esforço extra é resultado de uma sensação (que pode ser aparente) de bem-estar e controle de sua vida. Encontrar inspiração, qualidade de vida e propósito no que fazemos parece impossível no contexto acelerado em que vivemos; mas acredite, é factível. O ponto de partida é saber administrar e concentrar sua energia no que realmente agrega valor e está alinhado com seu propósito. Saber dizer não também é importante para sua gestão pessoal.

Administrar a energia, não o tempo
Recorrentemente, ouvimos “não tenho tempo” ou “estou muito ocupado” como desculpas por não inserir atividades físicas na rotina, não ter tempo de qualidade com família ou amigos, ou não finalizar um projeto profissional. Será que mais tempo realmente resolveria todos os nossos problemas? Embora possamos mensurá-lo, não podemos controlá-lo, influenciá-lo, aumentá-lo ou diminuí-lo. Acreditamos que a solução é sempre correr atrás do “mais” – mais horas de trabalho e mais tempo – enquanto devemos buscar por “menos, mas melhor”. Para uma rotina produtiva e equilibrada, precisamos administrar os recursos que temos e focar nossa energia no que é relevante. A capacidade de gerir e restaurar nossa energia, seguindo planejamento e prioridades conscientemente estabelecidos é fundamental para enfrentarmos a correria do dia-a-dia com qualidade de vida. Tempo é um recurso limitado e finito, enquanto energia é um recurso renovável. Jim Loehr e Tony Schwartz, autores do livro “The Power of Full Engagement”, comprovaram, por meio de estudos com executivos, que saber administrar energia é a chave para alta performance e renovação pessoal. Eles acreditam em quatro fontes de energia e que cada uma delas pode ser sistematicamente trabalhada e renovada por meio de diferentes mecanismos:

Energia física: é evidente que nutrição inadequada, privação de sono ou descanso e falta de exercícios físicos minam nosso estoque de energia; manter uma rotina saudável é imprescindível.

Energia emocional: reconhecer o que desperta nossas emoções (positivas e negativas) e aprender a controlar nossas reações melhoram o nível e qualidade de nossa energia, independentemente do contexto externo.

Energia mental: embora nosso default seja realizar diferentes atividades simultaneamente, ser multitarefa reduz a produtividade. Alternar entre uma atividade e outra aumenta em até 25% o tempo necessário para finalizar a primeira tarefa.

Energia espiritual: religião, espiritualidade, valores. Independentemente do nome ou preferência, nossa vida pessoal e profissional deve estar alinhada com o que acreditamos – ver sentido e propósito no que fazemos é energizador.

Em outro estudo com colaboradores de uma rede de resorts, Edy Greenblatt, coautora do livro “Restore Yourself: The Antidote for Professional Exhaustion”, analisou o impacto de saber administrar os recursos pessoais na rotina dos entrevistados. Ela descreve quatro níveis de energia pessoal: burnout, reserva, normal e ótimo, sendo que o poder de influência de eventos externos sobre nossa energia varia de acordo com o nível em que nos encontramos. Isso quer dizer que quando estamos desanimados, sem iniciativa e foco, é comum que qualquer momento de stress (eventos depletores de energia) nos afete ainda mais negativamente do que se estivéssemos altamente energizados. A pesquisadora também demonstra o papel da empresa e seus benefícios: uma equipe altamente energizada está positivamente correlacionada à alta performance e baixas taxas de turnover, e a cultura, estrutura e normas organizacionais influenciam os níveis de energia dos colaboradores.

Restauração x depleção — como maximizar energia e foco
Na Biologia, autorrenovação é a capacidade que os sistemas vivos possuem de renovar e reciclar seus próprios componentes. O processo em células-tronco — aquelas famosas por estarem sempre “fresquinhas”, aptas a se transformarem em qualquer célula do corpo humano — requer um orquestrado controle do ciclo celular e equilíbrio de diferentes componentes, num processo regulado por sinais externos. Como resposta a esses sinais, as células passam por mudanças que resultam em autorrenovação e diferenciação em células de diferentes tecidos (como células da pele, do cabelo, dos dentes). Da mesma forma, precisamos identificar os elementos externos que afetam nosso funcionamento (produtividade e felicidade) e traçar mecanismos que mantenham nosso equilíbrio e renovem nossa energia. Não é uma tarefa trivial; requer esforço e autoconhecimento. Abaixo, compartilhamos algumas práticas e experiências que julgamos extremamente relevantes no processo de restauração e maximização do nosso nível de energia.

Autoconhecimento: sair da inércia e passar a observar nossas ações e reações, pensamentos e crenças, entender nossa relação com outras pessoas e com o mundo, no que somos bons e no que precisamos melhorar é essencial na organização de tarefas e no direcionamento de esforços para maximizar a performance. Fácil falar, difícil colocar em prática de forma sustentável. Feedbacks estruturados e frequentes, leitura, filosofia, escrita de diários, coaching, meditação, terapia, conversas honestas e profundas com um bom mentor: alguns mecanismos que podem ajudar a avançar a jornada de autoconhecimento, que nunca termina. Os primeiros relatos sobre o poder do autoconhecimento são da década de 70, porém estudos recentes em neurociência têm explorado ainda mais o tema. Uma pesquisa conduzida pelo Korn Ferry Institute em 2013, por exemplo, demonstrou uma correlação positiva entre o autoconhecimento de líderes e a performance financeira de empresas. O processo de autoconhecimento é uma jornada fascinante e, além de aumentar a autoconfiança e assertividade no trabalho, traz equilíbrio emocional.

Priorização: vivemos em um ritmo tão acelerado que raramente paramos para nos questionar sobre o que realmente queremos e buscamos ser, deixando fatores externos ditarem nossas ações e rotina. Para alcançar o nível máximo de energia e foco, precisamos definir prioridades, e isto está intimamente ligado à prática do autoconhecimento. Aprender a dizer não e estrategicamente eliminar o que não é relevante é a base do conceito do Essencialismo de Greg McKeown. Em seu livro “Essencialismo: a disciplinada busca por menos”, o autor afirma que quando tentamos fazer e ter tudo, realizamos concessões que nos afastam de nossos objetivos, e ao realizar tarefas não condizentes com nossos talentos ou assumir compromissos só para agradar aos outros, abrimos mão do nosso poder de escolha. Devemos aprender a reduzir, simplificar e manter o foco em nossos objetivos; isso aumenta nossa produtividade e resultados profissionais e nos faz ganhar tempo para a vida pessoal.

Meditação: é o domínio da mente e uma maior conexão com nosso corpo; é a capacidade de acalmar e focar nossa atenção no presente, barrando qualquer distração. Pesquisadores da University of British Columbia recentemente reuniram resultados de mais de 20 estudos para entender como a meditação altera a função cerebral. Embora tenham encontrado alterações significativas em 8 regiões do cérebro, vale destacar aquelas no hipocampo (associado à capacidade de aprender, memória e emoções) e na parte frontal do córtex cingulado (responsável pelo autocontrole, foco e flexibilidade). Estudos mostram que a atividade cerebral é mais intensa naqueles que praticam meditação, e que alterações estruturais no cérebro podem ser observadas a partir de 8 semanas de prática. Você não precisa estar nas montanhas do Nepal ou isolado do mundo para meditar – a beleza da técnica está na simplicidade e possibilidade de realizá-la a qualquer hora e em qualquer lugar. Meditação é hoje um hot topic e tornou-se uma indústria bilionária e promissora. Você já testou os aplicativos Headspace, Calm e Buddhify? A tecnologia pode ajudar a trazer disciplina e método à uma prática que traz resultados concretos, porém a médio/ longo prazo.

Técnicas de respiração: integrantes das práticas de meditação, elas merecem destaque. Alterações emocionais modificam nosso ritmo respiratório. Da mesma forma, ao tornar nossa respiração mais lenta e principalmente priorizar a respiração abdominal, conseguimos administrar a nossa energia emocional. Em momentos de stress, experimente tornar as exalações mais lentas do que as inspirações, ou simplesmente respirar bem fundo quando precisar aumentar o seu nível de concentração para elevar a oxigenação cerebral.

Relaxe: É natural que em alguns momentos do seu dia você simplesmente queira desacelerar e recarregar as baterias; o nosso corpo tem um estoque finito de energia que precisa ser reabastecido. Uma pausa para um café no meio da tarde, uma volta pelos corredores, um bate-papo mais informal, algumas horas desconectado de e-mail e telefone, uma corrida ou minutos de meditação antes do trabalho, uma caminhada no parque ou na praça (em dia de semana). Seja qual for a atividade que lhe reenergiza, não esqueça de deixar um espaço na agenda para ela. O cérebro consome 20% das calorias, embora represente 2% do total de massa do nosso corpo: essa energia gasta deve ser recuperada.

Atitude positiva: compaixão, boa relação com familiares e amigos, esperança, pensamento positivo, senso de humor e valores contundentes. A forma com a qual encaramos a vida e nossa relação com outros e o trabalho indiscutivelmente determina nosso nível de energia. Um estudo de Barbara L. Fredrickson e coautores demonstra que emoções positivas (geradas por meditação “loving-kindness” ou meditação da compaixão) expandem nossas perspectivas e abrem nossa cabeça para mais possibilidades, além de aumentar a capacidade de desenvolver habilidades e recursos a serem usados no futuro. No livro “Give and Take”, o professor de Wharton Adam Grant mostra, através de estudos de caso, que os profissionais que mais crescem na carreira são aqueles que mais se doam aos seus colegas e superiores, de maneira autêntica, positiva e sem a expectativa de retorno, contrariando a crença de que os que mais sobem são aqueles que mais conseguem “extrair” dos outros.

Alcançar o nível ótimo de energia e produtividade, sentindo-se eficiente, inspirado, pleno e com propósito não depende apenas de saber administrar o nosso tempo e atividades. É preciso embarcar em um processo mais profundo de autoconhecimento e gerenciamento de nossos recursos pessoais para elevar os níveis de energia e felicidade e assim viabilizar uma vida equilibrada. Encontre o seu ritmo, compreenda o que agrega valor e vale aquela energia extra e energize-se fazendo o que lhe dá prazer!

Aumentando o desempenho da sua equipe

Gestão de pessoas: aumentando o desempenho da sua equipe!

Aumentando o desempenho da sua equipe

Com o passar do tempo as empresas têm criado maneiras de se destacarem dos concorrentes e continuarem inseridas no mercado.

São feitos diversos investimentos em estratégias diferenciadas de comunicação, reorganização do espaço físico ou até mesmo a migração total para a internet.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e pelo SEBRAE, 73% dos empresários reconhecem seus colaboradores pelas contribuições inovadoras que realizam e 72% afirmam investir em capacitação e treinamento.

Porém, ainda é comum encontrarmos organizações que continuam enxergando os seus funcionários como custo e não como ativo. Esse é um dos principais problemas que afetam a criação de equipes de alto desempenho.

Sabemos que nenhuma organização é construída sem pessoas. Desde os alicerces do prédio até a forma como um projeto será colocado em prática, o capital humano estará presente.

Então por que alguns líderes não conseguem perceber que as pessoas são as principais propulsoras de um negócio?

Calma, vamos te explicar tudo!

Delegando responsabilidades

Dentro das organizações existe uma confusão muito grande quando a tarefa é identificar quem é o responsável por gerir o capital humano da empresa.

Muitas acreditam que atividades como seleção de funcionários ou comunicados de demissões devem ser exercidas apenas pelo departamento de recursos humanos. Porém, os principais responsáveis são os gestores e líderes.

Nada que é muito restrito funciona bem. Imagina isso aplicado em pessoas que possuem diferentes características, gostos e desejos!

É preciso que RH e gestores trabalhem em conjunto na criação de políticas de valorização de seus colaboradores.

Mas apenas isso não basta! Reconhecer que o sucesso de uma empresa está nas pessoas é extremamente importante. Afinal, são elas que movem toda a engrenagem que dá vida aos objetivos da organização.

E, para que essa engrenagem seja movimentada corretamente, é preciso capacitar e motivar todos os indivíduos envolvidos para que cada função seja desempenhada de maneira eficaz.

Mas por que a gestão de pessoas é tão importante?

De acordo com uma entrevista concedida pela The Gallup Organization, cerca de 28% dos colaboradores estadunidenses não estão envolvidos com a empresa que trabalham e não sentem a necessidade de exercerem um desempenho superior em suas atividades.

Mesmo sendo uma pesquisa estrangeira, podemos afirmar que o resultado será sempre o mesmo em qualquer lugar do mundo: uma empresa com pouco engajamento, com clientes e rentabilidade abaixo da média.

No Brasil o sentimento é o mesmo, funcionários desmotivados no ambiente de trabalho.

Por isso o papel do líder é tão importante no processo de gestão, principalmente aquele que desafia algumas lógicas tradicionais e se preocupa com o engajamento da equipe.

Fuja do tradicional

Segundo Coffman e Buckingham, autores do livro First, Break All the Rules: What the World’s Greatest Managers Do Differently”o segredo para uma gestão eficaz está em rejeitar a sabedoria convencional criada em torno da área.

Como fazer isso? Nade contra a maré!

Tradicionalmente a seleção de novos funcionários é feita de acordo com as habilidades necessárias para o papel. Entretanto, os autores ressaltam que isso deveria ser feito baseado no talento de cada pessoa.

Por exemplo, uma empresa está procurando um novo designer para fazer parte da equipe, provavelmente ela selecionará os currículos baseando-se na formação do candidato e nos certificados que ele possui.

E aquela pessoa talentosíssima que não fez nenhum curso ou não possui nenhuma experiência profissional?

A questão é procurar talentos que poderão redefinir e melhorar a forma como aquele trabalho é feito. Para aqueles que já trabalham na organização, é preciso investimento no aperfeiçoamento de seus pontos fortes.

Barreiras na gestão

Gerir pessoas não é uma tarefa fácil. Existem diversas barreiras que dificultam o processo de gestão e a transformam em algo completamente desafiador.

Tudo começa na formação

As dificuldades já começam no processo de formação do líder. Muitas universidades possuem poucas matérias focadas na gestão de pessoas, ignorando esse papel fundamental que o profissional deverá exercer quando ingressar no mercado de trabalho.

Essa lacuna pode aumentar o grau de dificuldade para transformar o baixo envolvimento em alta produtividade.

Pessoas diferentes necessitam de motivações diferentes

Uma das principais barreiras para a gestão de pessoas é saber como integrar e motivar diferentes gerações dentro do mesmo ambiente de trabalho. Claramente, os Baby Boomers possuem gostos e características completamente opostas dos Millennials. Por isso que a pluralidade nas equipes de gestão deve ser uma das prioridades. Manter diferentes pessoas nessa área tornará o processo de resolução de conflitos e integração dos funcionários mais prática.

O ambiente como inibidor de engajamento

Imagine-se trabalhando em uma organização em que é proibido conversar durante o expediente sobre assuntos que não sejam relacionadas ao trabalho. Provavelmente, os funcionários se sentiriam pressionados e o desenvolvimento da equipe seria reduzido completamente.

É impossível o gestor motivar seus funcionários se o ambiente não possibilita que isso seja feito.

Quando se trabalha em um local agradável e confortável as atividades são concluídas com mais facilidade e rapidez. Tudo se torna mais tranquilo.

Mas como enfrentar essas barreiras e aumentar o desempenho da minha equipe? Selecionamos algumas das principais dicas elencadas pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) para te ajudar com isso!

Técnicas para aumentar o desempenho de equipes

1 – Defina a função de cada colaborador

Deixe claro quais serão as responsabilidades e objetivos dos funcionários, promovendo o trabalho em equipe. Procure implantar um programa de metas baseado no talento de cada pessoa.

Uma técnica que ajuda nesse processo de estabelecer e implementar metas, ao mesmo tempo em que a equipe é motivada é a gamificação. Um conceito novo no Brasil que vem ajudando muitas empresas a alavancarem seus resultados.

2 – Promova feedbacks constantes

Quando o funcionário é parabenizado pelo bom desempenho que vem exercendo, cria-se uma ideia de reconhecimento. Esse processo é um combustível natural para que ele mantenha o ritmo e procure aperfeiçoar ainda mais o seu processo de trabalho.

Críticas construtivas que visam o desenvolvimento do colaborador também são importantes. Não é expor os problemas, e sim demonstrar como eles podem ser solucionados.

3 – Invista nas habilidades dos colaboradores

Promover treinamentos, palestras ou cursos ajudam a garantir a eficiência e auxiliam a equipe em suas atividades diárias. Além disso, procure investir no desenvolvimento de programas de capacitação baseados em um plano de carreira e nas metas de cada funcionário.

4 – Identifique os fatores que afetam o bem-estar dos colaboradores

Descobrir quais fatores afetam o bem-estar, a motivação e a satisfação do colaborador é essencial para aumentar o desempenho das equipes. Isso pode ser feito através da elaboração e aplicação de uma pesquisa de clima organizacional.

O entendimento desses aspectos irá garantir o desenvolvimento de programas com foco na qualidade de vida de acordo com as necessidades de cada funcionário.

Conclusão

A gestão de pessoas pode ser considerada o “coração da organização”. É ela que humaniza uma empresa e transforma o desempenho das equipes.

Entretanto, para que isso seja feito corretamente é necessário que os gestores e líderes trabalhem de forma estratégica em conjunto com o departamento de recursos humanos para a criação de uma política de valorização do capital humano da empresa.

Existem muitas técnicas que auxiliam o processo de gestão, mas eles devem estar alinhados ao discurso dos gestores e ao ambiente profissional.

Avaliação de desempenho: criando equipes altamente produtivas!

Avaliação de desempenho: criando equipes altamente produtivas!

Como criar equipes produtivas?

avaliação de desempenho é uma importante ferramenta de gestão de pessoas que avalia o desempenho individual ou de um grupo de colaboradores. Com a utilização desse método o gestor poderá acompanhar e analisar a evolução do comportamento dos seus funcionários durante determinado período de tempo.

Avaliação de desempenho: criando equipes altamente produtivas!

Realizar uma avaliação de desempenho é vital para que o colaborador aprimore o seu processo de trabalho e alinhe os seus objetivos à cultura organizacional. Além disso, possibilita que a empresa identifique oportunidades de desenvolver o potencial dos funcionários para que resultados relevantes sejam gerados.

Muitos gestores optam por uma avaliação tradicional em que os pontos positivos e aqueles que precisam ser melhorados são discutidos anualmente com cada colaborador. Essa prática é avaliada negativamente por muitos funcionários, sobretudo os pertencentes à Geração Millennial.

Um estudo recente desenvolvido pela TINY PULSE provou que 37% dos profissionais concordam que esse processo está desatualizado e 42% acreditam que os gerentes esquecem de abordar muitos elementos importantes durante a avaliação. Ainda, quase um quarto dos entrevistados sentem-se desconfortáveis e receosos com o processo.

Diante disso, as empresas precisam identificar uma forma de tornar o processo de avaliação mais agradável aos olhos dos colaboradores, ressaltando os reais benefícios que existem por trás dessa metodologia.

Como fazer isso? Iremos te mostrar ao longo desse artigo!

Continue lendo para aprender:

As etapas da avaliação de desempenho

Avaliar o desempenho dos funcionários é um processo divido em três etapas básicas e essenciais: a observação, identificação dos problemas e realização de entrevistas.

A observação diária do comportamento dos colaboradores é a primeira etapa de uma avaliação de desempenho. É importante analisar as questões relacionadas ao trabalho em equipe, comprometimento, relacionamento interpessoal e outras que sejam relevantes para sua empresa. Nesse primeiro momento é essencial o oferecimento de um feedback constante aos avaliados sobre cada observação feita.

A segunda fase é identificar os problemas que precisam ser solucionados e as oportunidades que podem ser aprimoradas. Já a última consiste na realização de entrevistas periódicas para acompanhar o desenvolvimento do colaborador e a evolução do seu desempenho.

Durante o processo de avaliação, os gestores precisam evitar a adoção de uma postura autoritária e impositiva. É preciso compreender que o intuito desse método não é ocasionar demissões ou desentendimentos, e sim ajudar no desenvolvimento do funcionário junto a empresa. Dessa forma, a empresa conseguirá alcançar uma maior retenção de talentos.

Qual o momento certo para avaliar os meus funcionários?

Não existe um momento certo para realizar uma avaliação de desempenho, ela pode ser feita em qualquer período ou frequência que o gestor achar necessário.

O mesmo estudo que citamos anteriormente, feito pela organização TINY PULSE, concluiu que a maioria dos entrevistados acreditam que uma avaliação por ano é suficiente e cerca de 24% consideram uma revisão trimestral mais eficaz. Porém, encontrar um ponto de equilíbrio entre as duas perspectivas é o mais recomendado.

É essencial que a empresa reflita sobre os seus processos internos e identifique o momento mais adequado para realizar a avaliação, baseando-se nos seus objetivos e prazos para a conclusão das metas. Ou seja, o método de avaliar o desempenho dos colaboradores é algo bastante singular. Cada empresa terá uma forma diferente que se encaixa às suas metas.​

Métodos mais utilizados

Para uma avaliação consistente é necessário que os objetivos a serem cumpridos tenham sido fixados claramente e possuam uma facilidade de mensuração. Por exemplo, uma loja de eletrodomésticos estipula que todos os colaboradores devem aumentar as vendas em 20% no segundo semestre de 2016. É então que o gestor poderá avaliar os resultados obtidos e a metodologia adotada para alcançar a meta.

Existem diversas técnicas que podem ser usadas com esse intuito, iremos te mostrar as três mais comuns dentro das organizações ao redor do mundo.

1 – Avaliação pelo superior

Esse método se trata de uma avaliação feita pela chefia e ninguém mais. É um dos mais utilizados devido ao seu caráter simples. A principal vantagem está na uniformidade entre os critérios avaliadores. Porém, alguns funcionários podem ser prejudicados por uma percepção pré-concebida do seu desempenho.

Dentro dessa categoria existem diversas formas de administrar e organizar o processo. A mais comum é conhecida como “avaliação por escala gráfica”.

Essa técnica consiste na criação de uma tabela com 6 colunas. Na primeira são listados todos os itens que serão avaliados e nas demais deve-se indicar alternativas referentes ao desempenho em cada ponto.

Avaliação de desempenho

2 – Autoavaliação

Esse método pode ser realizado de duas formas distintas. A primeira é baseada na ideia que o colaborador reflita sobre as suas principais competências e em seguida discuta com o seu superior os pontos fortes e fracos identificados.

A segunda é conhecida como “avaliação por escolha forçada”. Nela, o colaborador receberá uma ficha contendo um questionário em que deverão ser assinaladas com um sinal de adição (+) aquela frase que o descreva e com o símbolo de subtração (-) a que menos tenha a ver com ele.

As principais vantagens nesse tipo de avaliação estão na oportunidade que os funcionários têm para a autorreflexão sobre o próprio desempenho. Entretanto, os resultados estarão condicionados ao ponto de vista pessoal dos avaliados.

3 – Avaliação 360º

Essa metodologia é a mais indicada e completa. Ela envolve todos os stakeholders no processo de avaliação, independentemente da posição hierárquica ocupada. Nessa técnica os colaboradores se tornam avaliadores e avaliados simultaneamente. Evidentemente, o anonimato deverá ser assegurado a todos.

Com o uso da avaliação 360º o colaborador terá uma visão panorâmica do seu desempenho e poderá refletir sobre quais aspectos precisam ser melhorados ou mantidos.

Em todos os métodos citados o gestor deve priorizar a implementação de um plano de melhorias individuais e coletivas, que pode ser feito paralelamente ao plano de carreira.

Conclusão

Avaliar o desempenho dos seus funcionários é essencial para que os processos sejam continuamente adaptados e aperfeiçoados. Porém, permanecer no viés tradicional pode prejudicar a eficácia da avaliação. É preciso que os gestores acompanhem as tendências em torno dessa ferramenta de gestão e aprimorem as suas técnicas de abordagem e feedback.

Faça uma reflexão sobre os principais objetivos da sua equipe e veja qual a melhor forma de mensurar os resultados. Procure por aquele método que seja motivador para os colaboradores e contribua para o aumento da produtividade da sua empresa simultaneamente.

Saber identificar os recursos que serão utilizados ao longo da avaliação é uma das principais responsáveis pelo sucesso de todo o processo. Por isso é tão importante analisar as ferramentas que podem te auxiliar no momento de avaliar a sua equipe.