Palestrante explica que o senso de pertencimento e responsabilidade dentro da empresa é o maior responsável pelo crescimento profissional
Todo profissional é empreendedor, seja ele autônomo ou funcionário de carteira assinada. É assim que o palestrante e comunicador Diego Curvêlo enxerga a postura necessária no atual mercado de trabalho. Cada pessoa tem uma responsabilidade na entrega do produto ou serviço final, e a empresa deve garantir que os colaboradores se sintam parte efetiva do negócio.
Esse é o caminho mais indicado para o crescimento profissional. “Pensar como dono é ter uma responsabilidade maior pelas suas entregas, é ter um comprometimento acima da média, entendendo que, ao entregar excelência máxima, o crescimento é garantido”, explica, em entrevista exclusiva ao Administradores.com.
Para desenvolver essa mentalidade, conta Curvêlo, o funcionário deve entender que, mesmo trabalhando com carteira assinada, “o único controle que ele tem são suas próprias entregas”. Nesse caminho, o destino é o crescimento natural dentro da empresa e a abertura de portas no mercado de trabalho.
Confira abaixo a entrevista completa.
Por que você acredita que é importante, para que um profissional cresça numa empresa, ele pense como dono?
O sentimento de pertencimento é fundamental para um profissional crescer mais rápido dentro ou fora de uma empresa.
Um profissional pode empreender de forma independente criando seu próprio negócio, mas ele também pode empreender sendo um colaborador, basta entender que cada atitude que ele tiver tem a assinatura dele e que o seu maior ativo sempre vai ser a sua competência.
Pensar como dono é ter uma responsabilidade maior pelas suas entregas, é ter um comprometimento acima da média, entendendo que, ao entregar excelência máxima, o crescimento é garantido.
Na prática, isso não é fácil. Como o colaborador pode desenvolver essa mentalidade?
Fácil realmente não é. Mas é simples. Basta o profissional entender que ele é contratado, mas trabalha pra si mesmo, pois o único controle que ele tem são as suas próprias entregas.
Quando se entende isso, ele passa a exercer o protagonismo e se destacar em tudo que faz e onde faz. Passa a ser dono dos seus trabalhos, dos processos, dos resultados e naturalmente vai se destacando e crescendo dentro da empresa.
Quem é freelancer sabe que é a qualidade que vai determinar o seu posicionamento, destaque e longevidade no mercado, se um colaborador contratado desenvolver esta mentalidade de autônomo, naturalmente ele vai sentir-se dono de tudo ao seu redor: tarefas, processos, equipe, empresa.
E qual o papel da empresa? Para um colaborador pensar como dono, ele tem que se sentir “dono”, parte do negócio, de fato.
A empresa precisa ter seus processos muito bem estabelecidos, metas, planejamento e plano de ação claramente definidos. Só assim ela vai conseguir dar mais autonomia para sua equipe.
Um colaborador precisa enxergar uma real possibilidade de crescimento na empresa, precisa ter perspectivas sólidas, só assim ele vai desenvolver suas habilidades em alta performance.
Identificar profissionais com potenciais acima da média e dar autonomia para os mesmos, pode trazer resultados surpreendentes. É bom pro colaborador, pro cliente e pra empresa. Todo mundo ganha.
Para que profissionais pensem e ajam como donos, um pressuposto básico é o da liberdade para agir, ter autonomia para tomar algumas decisões. Nem toda organização, no entanto, está aberta a isso. Como desburocratizar os processos e o fluxo de tomada de decisões para tornar essa visão viável na prática?
Não adianta fazer as mesmas coisas, ter os mesmos processos, ter a mesmas limitações e querer resultados diferentes. As empresas que quiserem ser líderes de mercado precisam estar abertas a se reinventar todos os dias, a pensar como elas podem deixar de existir no semestre seguinte, a exercitarem o desapego para ter um evolução consistente e constante.
A Accenture Interactive, uma das maiores empresas de consultoria do mundo usa muito o termo “future proof”, ou seja, prova do futuro. O que isso quer dizer? Lá existe um exercício permanente de auto avaliação de processos e atitudes, algo que pode ser usado por qualquer empresa e profissional.
Será que o que você faz hoje, está blindado para o futuro? Qual a longevidade que o seu serviço ou produto vai ter? Pensar sobre tudo isso pode ser um começo para simplificar os processos, a realidade e o cenário de qualquer que seja o ambiente.
Em suas palestras, como você trabalha esse assunto?
A minha palestra é dividida em dois grandes momentos: essência e postura. Porém, ainda na introdução, eu conto rapidamente minha história e mostro o quanto minha postura de exercer o protagonismo foi importante na minha vida profissional e pessoal.
Logo em seguida faço um mergulho nos principais desafios que a empresa está vivendo. Ou seja, eu consigo levar um conteúdo exclusivo e customizado para cada cliente, de acordo com a necessidade e realidade de cada um deles.
Cada experiência é única, mesmo quando faço mais de uma palestra na mesma empresa. No final do ano passado eu fiz cinco palestras para uma mesma empresa, para supervisores e coordenadores, e interação foi completamente distinta para cada uma delas.
Após esta imersão cirúrgica, a conexão com a equipe torna-se muito poderosa e eu consigo passar meu conteúdo com mais autoridade e consistência. Os resultados são sempre surpreendentes.
De que modo você estrutura sua apresentação para garantir que o que está sendo ensinado tenha, de fato, efeito, gere uma transformação em quem participa?
Eu sou muito transparente, papo reto mesmo. Antes mesmo do cliente me contratar eu digo a ele que uma palestra não é uma ferramenta de transformação, é uma ferramenta de ignição. A experiência dispara gatilhos mentais, belisca, cutuca, dá até voadora na realidade da equipe. (risos)
A palestra, chamada “Sorte é para os fracos”, promove muitos inputs e insights, mas para isso a audiência tem que estar 100% comprometida. O que acontece em 99% dos casos. O 1% que não se conecta é vagabundo. (risos)
De acordo com a Pirâmide da Aprendizagem do professor americano Edgar Dale, a retenção de conhecimento em uma palestra é de apenas 5%, porém se as pessoas fizerem anotações, fizerem associações do conteúdo com o seu repertório, discutirem e compartilharem o que aprenderam, o índice de retenção aumenta para mais de 80%.
Para promover esta retenção eu começo a interagir com a equipe antes mesmo do dia da palestra, sempre de forma dinâmica e com muito bom humor. O humor gera uma memorização acima da média, surpreende nos cenários que na grande maioria das vezes está completamente contraído.
Durante o encontro promovo dinâmicas, uso elementos sonoros e promovo o ato de anotar tudo que cada um achar relevante. Após a palestra eu ainda sorteio livros para quem me der feedbacks através das redes sociais.
Me preocupo muito com o resultado final do cliente. Fico atento a cada detalhe para entregar uma experiência marcante e poderosa: antes, durante e depois. Tenho estado em empresas regionais, nacionais e globais e resultados têm sido incríveis.
A experiência tem 5 etapas distintas. Quem visitar meu site pode conhecer mais detalhes. Lá tem depoimentos, principais clientes atendidos, resumo da palestra, vídeos. Vale demais o acesso, garanto.