Autor: sandro

Os planos de expansão do Grupo Pão de Açúcar

Mirella Gomiero, vice-presidente de RH, conta que o objetivo é abrir ao menos 100 lojas ainda este ano.

Uma profissional de ciclos longos e profundos. É assim que se descreve Mirella Gomiero, atual vice-presidente de RH do Grupo Pão de Açúcar. Sempre atuando na área de gestão de pessoas, ela veio de uma passagem de oito anos na Ambev, outra de 11 anos na Alcoa e já está há sete na atual empresa. Mas isso não quer dizer que sua trajetória profissional não seja movimentada.

“Cheguei como diretora de recursos humanos num momento em que o GPA tinha 150 mil funcionários, pois contávamos com um portfólio muito grande. Mas aí, em 2019, o grupo vendeu todas as suas ações da Via Varejo e, em 2021, houve a cisão entre o Assaí e a gente na bolsa de valores. Tudo mudou.”

Nesse meio-tempo, em 2020, Gomiero foi promovida a vice-presidente de RH. E, dois anos depois, passou a responder a um novo CEO, Marcelo Pimentel. “Com tantas movimentações, agora entramos em outro ciclo. Nosso foco, em 2023, passa a ser a transformação do grupo.”

Hoje, a equipe é bem menor: são 38 mil funcionários no GPA. Mas, reagindo à retração dos últimos anos, o objetivo agora é a expansão. Até dezembro, o grupo pretende abrir ao menos cem lojas (hoje são 730), principalmente do Minuto Pão de Açúcar – estabelecimentos menores, com 300 metros quadrados em média. “Não é um plano pequeno, sabemos disso. Mas, no ano passado, entre novas lojas e reinaugurações, foram 74”, ressalta.

Participação direta nas decisões

Esse plano, claro, abrange a participação estratégica do RH. “Todo o ciclo de recursos humanos, não só no recrutamento e seleção mas também nos benefícios e até no plano sucessório, se conecta às metas de crescimento do negócio”, afirma. “Então temos de participar das decisões junto com os demais executivos.”

As metas, afinal, também são traçadas para as pessoas. E esse caminho passa pela inclusão. O desejo do GPA é que 50% das novas contratações sejam de mulheres. “Há um processo de mapeamento sucessório com uma orientação clara da diretoria: que sempre exista uma mulher indicada como potencial para cada posição”, diz.

Desde 2019, o grupo tem um programa de desenvolvimento exclusivo para lideranças femininas. Com duração de seis meses, ele já treinou 1.200 funcionárias e, destas, 20% foram promovidas após a capacitação.

Com essas práticas, desde 2020 o GPA aumentou de 36% para 39% o número delas entre os cargos de gestão. E a meta é alcançar 40% até 2025.

Numa iniciativa menos direcionada, o programa de sucessão para a equipe toda vem desde 2012. Nas dez edições até agora, 4.200 funcionários participaram de 237 turmas. Os módulos acontecem durante todo o ano, de uma a duas vezes por mês, com duração de dois a quatro dias. E o leque de temas é amplo. Inclui oratória, gestão do tempo, finanças, inteligência emocional…

Ao fim, os participantes recebem um certificado com o cargo para o qual foram capacitados. “A ideia é que, ao abrir uma nova vaga para a liderança, eles sejam os primeiros da lista”, diz Mirella Gomiero.

Desde o início do programa, ao menos metade dos que participaram já subiu algum degrau na empresa.

Fonte: Você RH

Think Work Flash Innovations anuncia marcas finalistas em cada categoria

Premiação reconhece as práticas mais inovadoras de gestão de pessoas.

O Think Work Flash Innovations, que acontece no dia 15 de agosto, vai premiar as empresas que mais se destacam na inovação em gestão de pessoas em 12 categorias. Além disso, três empresas concorrem à marca com RH mais inovador. E os organizadores acabaram de anunciar os finalistas.

Essa cerimônia vai ser realizada durante o Flash Humanidades, que deve reunir mais de 400 lideranças do RH e que tem como palestrante o guru de liderança Ram Charan.

Confira os finalistas:

  1. Atração e Seleção

BRF | Iniciativa: Chatbot de Recrutamento e Seleção

Claro | Iniciativa: Embaixadores Claro

Grupo Cataratas | Iniciativa: Só Feras Plurais

  1. Carreira

Cielo | Iniciativa: Acelerador de Carreira

Gera | Iniciativa: Jornada de Carreira

Skeelo | Iniciativa: I’m Skeeler – Trilhando Carreiras

  1. Cultura Organizacional

Elephant Skin | Iniciativa: DNA, da Elephant Skin 

Rodobens | Iniciativa: Conectados

Zup Innovation | Iniciativa: Comunidades Zup

  1. Desenvolvimento Profissional

Grupo Sinagro | Iniciativa: Batalha do Cerrado

Klabin | Iniciativa: Trilha Analytics

Saint Gobain | Iniciativa Univen Tech – Universidade de vendas

  1. Desenvolvimento de Jovens

Next Shipping | Iniciativa: Next Discovery Talent

Totvs | Iniciativa: Start Tech – Programa Social para Empregabilidade Tech

YouX Group | Iniciativa: YouX Lab

  1. Diversidade

Bradesco: | Iniciativa: Violência Contra Mulher É da Nossa Conta

Hospital Albert Einstein | Iniciativa: Proteção à Parentalidade na Primeira Infância

Totvs | Iniciativa: Speed to Hero: Pessoas com Deficiência

  1. Employee Experience

Grupo Sabin | Iniciativa: Programa Eu Faço Parte

Petrobras | Iniciativa: Onboarding de Novos Empregados

Pmweb | Iniciativa: Lifecycle do Colaborador

  1. Liderança

Gerdau | Iniciativa: Academia de Líderes e Evolução Cultural

Neon | Iniciativa: Liderança Maluca por Pessoas

Raízen | Iniciativa: Líder LAB – Liderança e Aprendizagem Sem Barreiras

  1. People Analytics

Ecolab | Iniciativa: Talent Retention – People Analytics Ecolab C&B

Grupo Boticário: | Iniciativa: Painel Integrado de Dados do RH

Suzano | Iniciativa: Portal de People Analytics da Suzano

  1. Remuneração e Benefícios

ContaAzul | Iniciativa: Pacote de Experiências

Editora MOL | Iniciativa: Licença Menstrual, da Editora MOL

Unilever Brasil | Iniciativa: Beneflex

  1. Saúde e Qualidade de Vida

Danone | Iniciativa: Viva Bem

Klabin | Iniciativa: Embaixadores do Viver Bem

Pipo Saúde | Iniciativa: Presença Parental

  1. Transformação Digital no RH

Cogna | Iniciativa: Capital Humano

Vallourec | Iniciativa: Flow de Demissão: Automatizando Processos Sem Perder a Essência Humana

Vivo | Iniciativa: Programa Instrutubers, da Vivo

Destaque RH Mais Inovador

Top 3 de finalistas das empresas que mais se destacaram pelo conjunto de iniciativas inscritas no prêmio Innovations.

Zup Innovation

Hospital Albert Einstein

YouX Group

Metodologia
Para chegar aos finalistas, a equipe da plataforma em gestão de pessoas Think Work primeiro avaliou os projetos levando em consideração os seguintes pontos: originalidade, propósito, conexão com a estratégia corporativa, público-alvo, envolvimento dos funcionários e resultados alcançados. 

Na segunda fase, um comitê de jurados avaliou e selecionou três projetos de cada categoria.

Entre os jurados estão Angela Lucas, professora da Unicamp; Alessandra Morrison, ex-líder de RH da Kimberly Clark; Danilca Galdini, líder de pesquisas na Cia de Talentos; Claudio Garcia, professor da New York University e presidente da The Outthinker Strategy Network, e Marcelo Nóbrega, especialista em inovação e tecnologia em RH, investidor e conselheiro de HR techs.

Fonte: Você RH

Ser crítico não é sentar-se na cadeira do cancelamento

Após um longo período de trabalho remoto, ficamos menos tolerantes – e parece que julgar nos convém mais do que fazer acontecer.

Graças a eventos presenciais, encontros com pessoas de diferentes círculos de convivência e viagens, já ouvi diversos comentários de fora da minha bolha. Se eu ainda estivesse no modo de trabalho remoto, isso provavelmente não aconteceria.

Circular por aí significa muito. Permite ouvir conversas entrecortadas, passar por novos ou conhecidos lugares e se deparar com diferentes olhares e visões de mundo. Isso, claro, se você estiver no aqui e agora. E não no modo avatar, andando conectado com o mundo virtual ao alcance dos dedos no celular.

Mas é curioso também como o aparente grau de exigência das pessoas aumentou. Nada parece ser tolerado e tudo parece estar sob vigília, para capturar o erro inaceitável de quem está diante de nós. Não à toa, as pesquisas sobre o papel do erro na inovação e na aprendizagem demonstram que as pessoas temem muito mais errar do que atuar em modo multitarefa e sob pressão.

E basta o mínimo desvio para generalizar, rotular e categorizar. De esquerda, com preconceito, cheia de privilégio, sem lugar de fala, criativa, bem-sucedida, acomodada, geração sabe-se-lá-que-letra, motivada ou sem engajamento…

Mais curioso ainda é observar que quem mais profere esses julgamentos, embalados como se fosse visão crítica sobre as coisas, tende a ser pessoas que não estão sob os holofotes, não colocam a mão na massa, não estão lá no corre do dia a dia fazendo acontecer – e sim em suas confortáveis posições de comentadoras de tudo e todos. Afinal, tomar decisões, fazer escolhas, negociar, renunciar ou reforçar valores e caminhos é de uma responsabilidade tamanha que há quem se esquive disso a todo custo. Já opinar sobre pautas quentes, ah, isso engaja muito, gera seguidores, mostra posicionamento!

Um contra-senso em tempos de empatia, escuta, autocuidado e outros conceitos tão simbólicos estampados em camisetas, postagens, slides de palestras e capas de livros.

E assim vamos criando rótulos identitários para pessoas que mal conhecemos, cujos repertórios de vida mal nos aproximamos e com quem pouco dialogamos.

Se tivéssemos aprendido a vivenciar esses conceitos tão caros às relações humanas, agiríamos mais como arqueólogas e arqueólogos das situações, como pessoas que investigam mais antes de proferir opiniões, que analisam de onde vem uma afirmação ou, simplesmente, embarcaríamos na experiência proposta sem colocar o julgamento como lente avaliativa. E, acima de tudo, compreenderíamos que estar à frente de uma equipe, uma empresa, um palco ou qualquer instituição requer muita coragem, infinitas escolhas e renúncias.

Te convido a refletir sobre o que escrevi neste texto-desabafo, de alguém que tem ouvido muito, lido mais ainda, exercitado o sair das bolhas e percebido que há muito mais pessoas se valendo de sua capacidade de criticar, julgar e comentar sem embasamento, do que de analisar e exercitar realmente seu pensamento crítico.

Fonte: VocêRH

Desinteresse de jovens pela liderança é sinal dos tempos

Por que a cadeira de CEO não faz brilhar os olhos de profissionais em começo de carreira

Quantos jovens você conhece que sonham com a posição de diretor corporativo e quantos estão simplesmente exaustos, torcendo pela popularização da semana de quatro dias? A cadeira de CEO não faz brilhar os olhos de profissionais de começo de carreira. Essa foi a conclusão de Gorick Ng, escritor e conselheiro de carreira na Universidade de Harvard, ao investigar quais eram as prioridades profissionais dos universitários, no fim do ano passado.

O que ele descobriu é que dentre os estudantes de uma das universidades mais tradicionais e renomadas, apenas 2% tinham como meta escalar a hierarquia corporativa, traçando o caminho linear de carreira. A maioria das respostas girava em torno do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e estabilidade financeira.

No começo da década, um estudo global realizado pela consultoria Deloitte em 2020, apontou para um quadro mais geral de diminuição do interesse pela gestão, revelando que apenas 29% dos millennials e 27% da geração Z estavam interessados em ocupar cargos de liderança.

As circunstâncias e os fenômenos enfrentados pelos jovens devem ser levados em consideração em uma eventual análise dessa realidade. A pandemia global, crises financeiras e políticas, tensões crescentes e polarizações exacerbadas estão moldando a percepção de mundo dos jovens e influenciando seus comportamentos.

O aumento dos casos de burnout também é um aspecto que chama atenção e que pesa sobre o cenário. Pesquisas indicam que os norte-americanos saíram da pandemia com uma saúde mental três vezes pior.

No Brasil, 44% dos entrevistados pela consultoria de recrutamento Robert Half relataram estado de esgotamento profissional, após o período de pandemia.

A pressão e a sobrecarga de trabalho dos líderes são fatores que afugentam cada vez mais os profissionais de cargos de gestão. Em um contexto em que as expectativas em torno da liderança são cada vez mais rigorosas, muitos indivíduos percebem que tais requisitos não correspondem a suas aspirações e não se sentem diminuídos por isso, diferentemente do que ocorria em tempos passados. Um ponto positivo é que os novos modelos e formatos mais flexíveis de trabalho abriram espaço para a autenticidade e personalização da experiência de carreira.

É dado que, no mundo pós-pandemia, as pessoas passaram a visitar e revisitar valores, repensando propósito e ajustando seu desenho de vida. O modelo de pensar a carreira e tomar as decisões de movimentação no mercado está hoje mais ligado à compreensão de vida, propósito, valores e autoconhecimento do que no enquadramento a um conjunto de cargos numa trajetória linear de subida numa grande organização.

Nesse sentido, é preciso refletir sobre meios de atração e engajamento da nova geração de líderes. É cada vez mais importante ampliar as experiências de carreira e oferecer um portfólio de recursos de aprendizagem atraente e eficaz, capaz de reter os melhores talentos.

Um mundo em constante e rápida transformação exige uma agenda contemporânea de desenvolvimento de líderes, que oriente a aquisição de um conjunto de habilidades alinhado às necessidades e responsabilidades do papel de líder atual.

Mas, de nada adianta melhorar a competência dos líderes e afogá-los na operação, sem deixar espaço para que eles possam praticar a liderança, apoiando e desenvolvendo o time.

Como iremos influenciar os jovens para assumirem posições de liderança se basta olhar para a agenda dos gestores e constatar que a essência da missão da liderança, em muitos casos, está perdida entre reuniões, entregas, relatórios, e-mails?

Saiba qual é o número mais importante para planejar uma aposentadoria feliz

Muito se fala sobre o tamanho da reserva financeira necessária para a terceira idade, mas há muito mais ao longo da vida

É dado como certo que a aposentadoria se trata de dinheiro. Quanto recurso devemos ter para garantir segurança financeira? Nos EUA, uma empresa de serviços financeiros até lançou uma campanha publicitária onde as pessoas perguntavam: “Qual é o meu número?” O anúncio retratava pessoas caminhando pela rua com imagens de grandes quantias de dinheiro sobre suas cabeças.

Outros números também se tornam parte da vida das pessoas na aposentadoria. Pressão arterial, colesterol bom e ruim, índice de massa corporal e demais medidas que indicam sobre a saúde física e que se tornam parte de nossas preocupações diárias – ou, pelo menos, de conversas com o médico.

Uma seguradora de saúde veiculou anúncios enfatizando que cada pessoa deve “conhecer seus números”. De muitas maneiras, os números que refletem a saúde e a riqueza se tornam equivalentes às notas de vestibular na velhice. E elas são, na melhor das hipóteses, uma aproximação incompleta de nosso futuro.

Mas outro número pode ser ainda mais indicativo de como se viverá na velhice: seu CEP (Código de Endereçamento Postal). Graças aos estudantes do curso Envelhecimento Global e Ambiente Construído, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), temos pensado muito sobre o papel do lugar onde se vive a aposentadoria. O local da residência tem um impacto e poder significativos sobre como uma pessoa viverá.

Lugar e bem-estar são um tópico para muitos pesquisadores, especialmente aqueles que examinam disparidades de saúde entre renda, raça e outros grupos. O título de uma pesquisa resume a questão melhor com relação aos resultados de saúde de mães e crianças: “Por que seu CEP importa mais do que seu código genético.”

Um estudo recente, realizado por pesquisadores da Escola de Medicina Grossman, da Universidade de Nova York, fornece novas informações sobre como o lugar afeta a expectativa de vida: fatores como acesso a alimentos de qualidade; densidade de lojas de álcool e tabaco; acessibilidade; parques e áreas verdes; características habitacionais; e poluição do ar, todos têm algum impacto na expectativa de vida.

Este estudo (e muitos outros) indicam que dentro da mesma área metropolitana, ou até em uma mesma cidade, a expectativa e qualidade de vida podem variar muito. Às vezes, apenas alguns quarteirões podem significar muitos anos a mais de vida.

Planejamento de longevidade e avaliação de “onde” viver na aposentadoria
Enquanto o planejar a aposentadoria continua focado em dinheiro, ter uma visão de planejamento de longevidade exige que as pessoas pensem, além da segurança, na sua qualidade de vida geral ao longo do tempo – especialmente na velhice. Então, como podemos pensar no fator de “localização” na terceira idade?

A maioria acredita que a moradia na aposentadoria é respondida pelo local que se vive agora – ou seja, escolhemos envelhecer no mesmo lugar e ficar onde estamos. No entanto, à medida do envelhecimento, as necessidades, desejos, condições de saúde, conexões sociais e muito mais também mudarão. Isso pode criar uma desconexão entre o que funciona agora e o que funcionará mais tarde.

Outros planejam se mudar, mas têm visões de “folhetos de aposentadoria” em suas cabeças. Essas imagens retratam a fase como férias intermináveis – uma vida cheia de praias, bicicletas e muito mais. A aposentadoria, provavelmente, será um período longo. Para muitas pessoas, pode ser um terço da vida adulta. Escolher onde morar, com base em interesses recreativos ou lembranças de férias, pode não sustentar uma vida saudável na terceira idade por décadas.

Em seu excelente livro “Right Place, Right Time” (Lugar Certo, Hora Certa, em tradução livre), o especialista em envelhecimento saudável, Ryan Frederick, aponta: “A oportunidade do lugar para garantir nossas vidas é onipresente. Precisamos estar cientes de seu impacto, avaliar a adequação de nosso ambiente atual e ter a coragem de agir quando necessário.”

Aqui estão algumas perguntas a serem consideradas e discutidas ao avaliar o “onde” em seu planejamento de longevidade.

Você tem amigos ou familiares por perto?
Sua localização reúne lugares e espaços que oferecem oportunidades para conhecer novas pessoas, continuar investindo em seu portfólio social de amigos e estar perto de pessoas que te fazem sorrir?

Onde você pode obter os cuidados de saúde de que precisa?
Apenas ter um pronto-socorro ou consultório médico nas proximidades não significa que o atendimento fornecido nesses lugares seja o que você precisa. Avalie suas condições de saúde e os especialistas que estão por perto.

Existem lugares para se divertir, trocar experiências e se juntar a outras pessoas em algo novo?
Não, você pode não ir ao museu, teatro, estádio, cursos ou qualquer outra distração de lazer todos os dias, mas é bom ter escolhas.

Há locais em que possa trabalhar ou ser voluntário?
Eles oferecem flexibilidade para ser voluntário ou trabalhar em tempo integral, meio período ou apenas algumas horas?

Como você chegará aos lugares que precisa e deseja?
Mesmo que você dirija, caminhe ou ande de bicicleta hoje, será capaz ou terá essa disposição no futuro? Existem alternativas de transporte para fazer os deslocamentos necessários (como ir às compras e ou a consultas médicas) e para lazer?

Estas são apenas algumas perguntas para você começar. Existem muitas outras. O Índice de Habitabilidade da AARP (principal organização norte-americana para pessoas com mais de 50 anos de idade) oferece uma ótima ferramenta para começar seu planejamento e fazer uma escolha assertiva sobre onde você irá viver. E sim, começa pelo CEP.

Fonte: Forbes

Unbossing: por que os líderes devem incentivar a cultura “sem chefe”

Conceito, que vem ganhando força nas empresas, define a liderança que se adapta às necessidades da equipe

Empresas têm buscado líderes com um perfil diferente do tradicional, capazes de se adaptar rapidamente a mudanças constantes. “O chefe com o perfil de comando e controle, centralizador e egocêntrico, perdeu espaço para o gestor mais colaborativo, que busca soluções com o apoio da equipe”, afirma Caroline Marcon, consultora organizacional e autora do livro “O Poder dos Times AAA”. A seguir, ela ela explica por que a cultura unbossing, que se caracteriza por uma liderança adaptativa às necessidades da equipe, vem se destacando nesse cenário.

“Sob esse novo conceito, o líder necessita de habilidades que valorizem o trabalho em conjunto. Ele deve, por exemplo, ouvir mais do que falar, atuar como mentor, treinar e desenvolver liderados, demonstrar verdadeiro interesse em saber o que e como o time pensa, “abraçar” quem pensa diferente dele e construir ideais de maneira colaborativa.

Em 2019, tive a chance de participar do projeto de transformação cultural de uma empresa que atuou para promover a inovação liberando a criatividade, a curiosidade e o senso de inclusão e colaboração entre os profissionais, para que se sentissem mais livres e estimulados a criar produtos e alternativa inovadoras.

O termo ‘unbossing’ foi escolhido para despertar curiosidade entre os líderes e colaboradores da companhia. Pensou-se em atrelar as novas exigências de líderes aos termos líder coach ou liderança servidora, mas estes já eram muito conhecidos à época e não foram tratados com a atenção que mereciam. Assim que ouviram o termo ‘unbossing’, muitos se questionavam se a necessidade de líderes diminuiria ou se tornaria obsoleta. O interesse e o engajamento foram instantâneos.

Logo, uma série de rituais de cultura foram adaptados para trazer essa ideia de proximidade, de igualdade, de união, de trabalho e construção conjuntos. O dress code foi um dos primeiros aspectos a ser influenciado pela transformação cultural. Líderes começaram a usar roupas mais informais, mais próximas daquelas usadas pelos demais colaboradores. O layout dos escritórios também mudou. O CEO da companhia, por exemplo, renunciou a uma sala formal e mesa fixa, para passar mais tempo com os demais profissionais.

O sucesso ocasionado pela revolução trazida pelo unbossing tem causado uma curiosidade muito grande do mercado. Mas para que essa cultura seja implantada com sucesso, alguns cuidados são necessários, como ter um direcionamento claro de aonde se quer chegar com as mudanças, estar ciente dos valores que sustentarão essa transformação e agir para tornar essa nova visão uma realidade. Neste sentido, a liderança tem um papel fundamental, pois é ela que fornecerá a “cola” para que todos os colaboradores permaneçam unidos e em torno de um objetivo comum.

Dessa forma, apesar do nome ‘unbossing’, que poderia ser traduzido para o português como ‘sem chefe’, essa nova cultura continua precisando bastante de gestores, apesar de modificados. Uma vez que há mais pessoas pensando juntas em uma solução criativa, em uma ideia diferente, é possível acelerar resultados ou a inovação nas empresas, de uma maneira que a prática de comando e controle não se estabeleça.

O ambiente corporativo de maior segurança psicológica, maior colaboração e mais informalidade propicia também uma cultura de aprendizagem, que é benéfica à equipe e aos líderes. Todos aprendem juntos e todos se desenvolvem. Afinal, para criar um ambiente unbossing é necessário autoconhecimento para dominar o ego e a vontade de mandar e de ter o controle sobre as pessoas e todas as respostas.”

5 tendências de aprendizagem digital para 2023

Uma das tendências de educação corporativa para 2023 será o Cohort-Based Learning, em que profissionais de diferentes áreas com interesses em comum se unem para construir, juntos, uma experiência de aprendizagem.

O aprendizado coletivo tem ganhado força no último ano. Estudos mostram que essa modalidade — que pode acontecer online, mediada por ferramentas interativas — ajuda a manter a motivação, incentiva a pluralidade de pensamento e ainda aumenta a conexão e o engajamento. Veja cinco tendências de aprendizagem corporativa.

1. Upskilling e reskilling

O aprendizado de novas competências (upskilling) e a atualização contínua ou reciclagem profissional (reskilling) ganham ainda mais força nos próximos anos.

2. Cohort-Based Learning

“Será preciso investir em projetos com prazos e que unem pessoas em um objetivo comum (cohort), gerem um comprometimento público e incentivem trocas espontâneas de conhecimento entre as pessoas participantes”, afirma Adriano Almeida, diretor de operações de uma grande empresa.

3. Comunidade corporativa

“Comunidades foram uma das tendências de 2022 e continuarão a crescer em 2023″, diz Adriano. “Isso significa pensar na aprendizagem como uma experiência colaborativa, com compartilhamento do conhecimento e conexão do aprendizado à evolução profissional.”

4. Conexão com os objetivos dos negócios

“Ao compreender os objetivos de cada negócio e de cada produto, é possível observar mais claramente as habilidades necessárias para as melhorias, a formação de uma cultura de aprendizagem, a consolidação de trilhas de conhecimento e, consequentemente, de capacitações mais assertivas”, afirma Adriano.

5. Competências digitais

As habilidades digitais deixam de ser restritas à área de TI e passam a valer para toda a companhia. “O desenvolvimento de conhecimentos sobre tecnologia favorece não apenas aquelas carreiras já relacionadas a esse mercado, como também impulsiona a eficiência e a geração de valor constante em todas as estruturas de uma organização”, diz o executivo.

“Por exemplo, o RH precisa entender sobre dados para analisar desempenho e performance. Já  a pessoa do marketing deve conhecer programação para conversar com uma equipe de tecnologia sobre integração com CRMs e APIs. Há advogados que estão se aprofundando em segurança da informação com a chegada da regulamentação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).”

Sistema híbrido de trabalho ganha força entre empresas e mão de obra de Goiânia

Modalidade também tem dado flexibilidade diante de imprevistos e agendas pessoais

Antes da pandemia, o home office era uma realidade de poucas empresas em Goiás. Com a Covid-19, além de mais adesão entre os empreendedores, o modelo de trabalho remoto passou a ser um pedido frequente entre os trabalhadores.

Segundo a diretora executiva da Laselva RH, Giselle Laselva, os candidatos a vagas de emprego agora buscam a jornada como se fosse um “benefício”. A gestora, que presta consultoria especializada em Recursos Humanos, diz que algumas pessoas já tratam a questão como pré-requisito.

“Eles querem ter essa flexibilidade, já que ocorre uma economia nas finanças devido ao deslocamento, que não é mais necessário naqueles dias”, afirma.

Neste sentido, o modelo de três dias no escritório em casa e dois em casa tem se tornado comum enquanto estratégia para trazer novos funcionários e aumentar a produtividade. “O empreendedor começa com um dia, vai notando que os resultados estão bons e que está economizando com estrutura. Ele amplia, mas ainda faz questão daqueles dias em que é preciso ter toda a equipe ou parte dela no mesmo ambiente”, aponta.

Atualmente, conforme destaca Giselle, 50% das empresas que recebem consultoria na Laselva RH voltou para o regime presencial após o fim das restrições. A outra metade, por sua vez, decidiu investir em um sistema híbrido. “Falo inclusive de empresários mais conservadores. A necessidade de adaptação não nasceu com a pandemia, mas o processo foi acelerado nesses últimos dois anos”, ressalta.

Por outro lado

Na outra consultoria, o crescimento de empreendimentos que aderiram ao home office de forma integral ou parcial é bem mais tímido. “Eu diria que 99% voltaram para o presencial, mas ainda há uma boa parcela avaliando investir no híbrido”, conta a diretora de Novos Negócios e Inovação da empresa.

A maior mudança, de acordo com a diretora, está na flexibilidade diante de imprevistos e agendas pessoais. “Antigamente era muito difícil o empregador ceder. Mas hoje se um funcionário precisa viajar ou comparecer a algum compromisso relacionado aos filhos, por exemplo, não é mais um problema liberar o home office naquela situação específica”, pontua.

Ela observa que as empresas que melhor se adaptaram ao formato remoto são as voltadas para serviços de e-commerce por Telemarketing. “Não estão mais nessa pegada, mas souberam se mobilizar de forma excepcional neste sentido”, considera.

As 10 profissões que fazem a geração Z feliz

Nascidos a partir de 1997, os profissionais da geração Z, estão mais satisfeitos em trabalhar com funções que forneçam a oportunidade de reorientar a cultura da empresa e obter um impacto social através do trabalho, e avaliam bem empregos na área de recrutamento corporativo, marketing, mídias sociais, ciência de dados, produto e desenvolvimento de negócios. Essa análise aparece em pesquisa recente, o estudo teve como foco examinar quais funções e empresas geram maior satisfação na geração Z. Filtrando empregadores com, no mínimo, 30 avaliações de cargos de tempo integral nos Estados Unidos e dados referentes a abril de 2020 até 15 de julho de 2022. O estudo também considerou a definição quem é a geração Z, que são profissionais nascidos entre 1997 e 2012.

No geral, a geração Z está mais satisfeita trabalhando em funções não técnicas, em grande parte criativas, com apenas dois dos dez empregos mais bem avaliados para os funcionários da geração Z em tecnologia, em comparação com cinco para os trabalhadores que não são dessa geração. Avaliadas em conjunto, as outras gerações (millennials – nascidos entre 1981-1996 – , geração X – nascidos entre 1965-1980 – e boomers, nascidos entre 1946-1964) indicaram notas mais altas para empregos como desenvolvedor, analista de SEO e corretor de imóveis.

Profissões bem avaliadas pela geração Z

1ª Recrutador
2ª Gerente de marketing
3ª Gestor de mídias sociais
4ª Cientista de dados
5ª Gerente de produto
6ª Especialista em TI
7ª Gerente de contas
8ª Analista de crédito
9ª Engenheiro de projetos
10ª Desenvolvedor de negócios

É preciso levar em conta que as listas de profissões melhor avaliadas por cada geração são influenciadas pela idade, anos de experiência e habilidades que são possíveis de alcançar no início da carreira ou mais à frente.

O estudo também indica diferenças geracionais. Todos os empregadores mais bem avaliados pela geração Z são empresas relativamente grandes e que foram fundadas antes do ano 2000, enquanto que para as outra gerações as principais empresas apontadas têm tamanho menor e surgiram após 2000. “Para a geração Z, trabalhar para uma empresa maior e mais estabelecida oferece maior segurança no emprego e oportunidades de carreira.”

Algo compartilhado por todas as gerações é que muitas empresas listadas no estudo se posicionaram publicamente sobre questões que vão desde a equidade e igualdade racial no ambiente de trabalho até sustentabilidade. Microsoft, Google, Morgan Stanley e IBM aparecem na lista das dez empresas melhor avaliadas pela geração Z nos EUA – e nenhuma delas está no top 10 da lista de melhores empregadores das outras gerações.

Por fim, o estudo indica que – ao menos nos EUA – onde a geração Z trabalha é tão importante quanto para quem ela trabalha, já que a inflação e os aluguéis mais altos continuam a comprimir salários.

O fim do trabalho híbrido?

Elon Musk decidiu “decretar” o fim do trabalho remoto – e errou feio. Profissionais e a ciência mostram que o novo regime de trabalho, mais produtivo, é o flexible office.

Elon Musk disse aquilo que muitos chefes estavam pensando: “trabalho remoto não é mais aceitável”. Num e-mail a funcionários da Tesla, demandou que todos cumprissem jornada de 40 horas semanais, ou seja, o tempo integral, na sede da empresa. “Se você não aparecer, vamos supor que você se demitiu.”

O bilionário pode ter sido genial em antever um futuro movido a carros elétricos, mas dificilmente passaria em qualquer teste que avaliasse sua capacidade de gerir uma equipe. Numa segunda mensagem, em que reforçava sua posição pró-trabalho presencial, Musk afirmou que, quanto mais sênior o profissional, mais visível ele deveria ser no dia a dia da companhia.

Ele apelou à inovação para defender sua posição irredutível. Disse que outras empresas são mais abertas a outras formas de trabalho, mas que essas companhias não criaram coisas tão novas quanto a sua companhia. E que isso não teria sido possível por telefone.

Musk representa uma das forças desse cabo de guerra criado passados dois anos em que convivemos com a Covid-19. Empresas querem que seus funcionários voltem aos escritórios, enquanto uma parcela maior desses profissionais tem convicção de que sair de casa para trabalhar não faz nenhum sentido.

Pesquisas recentes mostram que nisso Musk está errado. Cumprir toda a jornada de trabalho na empresa não é garantia de melhor desempenho, pelo contrário. Quatro pesquisadores de Harvard acompanharam 30 mil e-mails enviados por 130 profissionais de recursos humanos de grandes empresas norte-americanas. Esses funcionários foram divididos em três grupos: os que trabalhavam 100% presencial, os que atuavam de forma híbrida e os que estavam em home office.

Os pesquisadores descobriram que o grupo em regime de trabalho híbrido (em casa e alguns dias no escritório) teve um desempenho melhor e obteve melhores avaliações de seus líderes, em relação aos que atuavam nos demais formatos. “Nossa pesquisa sugere que o modelo híbrido pode representar o melhor dos dois mundos: flexibilidade sem isolamento”, escreveram os pesquisadores.

Em junho de 2021, Nicolas Bloom, professor de economia de Stanford, já havia investigado o tema e descoberto que o trabalho híbrido reúne os benefícios de estar no escritório perto dos colegas e de trabalhar no aconchego de casa. “A pandemia iniciou uma revolução na forma como trabalhamos. Nossa pesquisa mostra que trabalhar em casa pode tornar as empresas mais produtivas e os funcionários mais felizes”, afirmou, no final do relatório “Híbrido é o futuro do trabalho”, em tradução livre.

Em uma outra pesquisa, sobre anywhere office, o professor Prithwiraj Choudhury, coautor do estudo de Harvard, verificou que a flexibilidade e o poder de escolha estimulam, sim, a produtividade – contrariando a recente polêmica de Musk. A pesquisa foi realizada com diversas companhias norte-americanas que implantaram modelos de trabalho totalmente ou majoritariamente remotos.

E a adoção do modelo no Brasil é crucial para fomentar a diversidade de talentos nas empresas, acrescentou Raj, como costuma ser chamado. “Se as empresas no Brasil adotarem o ‘anywhere office’, poderão contratar profissionais de qualquer lugar do país ou até mesmo de fora.”

- Resistência

A recusa de empresas em aceitar o novo esquema de trabalho foi considerada um dos gatilhos para o fenômeno dos pedidos de demissão em massa registrado nos Estados Unidos. Grandes bancos e big techs têm tentado de tudo para atrair funcionários de volta às suas sedes. Num extremo, organizam até shows surpresas para fazer com que a empresa se pareça menos com, bem, uma empresa. Forçar a volta na marra poderia aumentar ainda mais os desligamentos, o que também mina a produtividade das equipes. Mesmo Musk, depois de esbravejar contra o home office, disse que avaliaria casos individuais.

Ao buscar um novo trabalho, no início do ano passado, uma designer definiu o trabalho remoto como uma das prioridades – na época, o país ainda enfrentava altos índices de contaminação pela Covid-19, mas o objetivo da profissional foi de manter o home office no longo prazo.

Ela foi contratada em março de 2021 como especialista em design de produtos em uma grande empresa brasileira de cosméticos. Ela trabalha em home office, mas pode ir ao escritório quando quiser.

“No antigo emprego, perdia duas horas por dia apenas no deslocamento ao trabalho. Hoje, consigo ter mais qualidade de vida. Procuro organizar meu tempo para não me sobrecarregar em meio às tarefas”, afirma ela.

Segundo a designer, poucas empresas ofereciam o regime 100% remoto nas áreas de design e tecnologia antes da pandemia – flexibilidade, na época, era fazer home office uma vez por semana.

A preferência por regimes flexíveis aparece em uma pesquisa conduzida por duas consultorias. O levantamento ouviu 1.000 pessoas e mostrou que 67% dos profissionais brasileiros preferem trabalhar no regime híbrido ou 100% home office. Em relação à produtividade, 87% dos profissionais acreditam que as tarefas podem ser realizadas à distância.

Só tem um problema. Do outro lado desse cabo de guerra estão os CEOs – tal qual Elon Musk. A mesma pesquisa ouviu também executivos do chamado C-Level e descobriu que um número menor deles (58%) preferem modelos híbridos e só 72% deles acreditam que as tarefas podem ser igualmente realizadas à distância. Ou seja, tem mais gente querendo trabalhar de casa do que empregadores dispostos a oferecer o modelo flexível de trabalho.

- Quando a IBM começou a adotar o regime de trabalho híbrido, Alessandra Marçal, líder de delivery de projetos da IBM, ainda duvidava que a volta ao escritório fosse a melhor decisão.

“Achei que fosse ser mais produtiva em casa, mas percebi que a gente resolve pequenas coisas de forma mais rápida encontrando as pessoas. Por outro lado, não quis perder a qualidade de vida que ganhei no home office”, disse.

Ela trabalha de duas a três vezes por semana no escritório da empresa, momento que usa para encontrar colegas e participar de reuniões. “Flexibilidade é o conceito de estar no escritório quando, de fato, é necessário estar, não em dias obrigatórios”, afirma uma empresária.

E voltar para o escritório também exige planejamento: é preciso reorganizar a rotina para que ela também seja flexível. Alessandra mudou os dias de ida à academia e ao supermercado, por exemplo. Apesar das mudanças, a executiva garante que o modelo soma pontos positivos, como a convivência com os colegas e o maior tempo para a vida pessoal em casa – incluindo almoços com as duas filhas. “Meu maior desafio foi parar de usar post-its, já que não poderia levá-los comigo à empresa. Comecei a colocar avisos e anotações no próprio desktop do computador”, diz.

Sobrecarga

A pesquisa também aponta que 73% das mulheres preferem os regimes de home office ou híbrido. Entre os homens, esse índice cai para 61%. A maioria delas diz também que é possível realizar todas ou quase todas as tarefas em home office (78%). Entre os profissionais do sexo masculino, 59% têm a mesma percepção.

Só que, para elas, o home office é pior: 51% das mulheres afirmam fazer quatro horas extras ou mais em home office na semana – e depois ainda precisam lidar com os afazeres domésticos, que historicamente recaem sobre elas. O percentual entre os homens foi de 42%.

“Os dados mostram que as pessoas talvez não tenham o suporte adequado em casa para colocar limites entre as questões pessoais e profissionais”, complementou um professor de estratégia e liderança que participou do estudo.

Para conciliar a vida pessoal e profissional no modelo 100% home office, uma head of digital product (gerente de produtos digitais), organiza horário para suas atividades e conta com a ajuda de uma auxiliar para as tarefas domésticas.

O dia dela começa cedo, por volta das 5h, quando acorda, serve o café para os filhos pequenos e os leva à escola. Antes das 9h, faz exercícios físicos e lê. Após o trabalho, às 19h, ela ainda vai às aulas de dança.
“Tive que mostrar aos meus filhos a diferença de estar no escritório e estar disponível, e de estar na sala e estar ocupada. Quando fecho a porta, estou em reunião. Com o tempo, eles começaram a entender a dinâmica do meu trabalho”, explicou.