Contrata-se pelo currículo, demite-se pelo comportamento

Você fez um bom currículo, foi bem em todas as entrevistas e conseguiu um novo emprego, agora é só mostrar suas competências e sucesso garantido, certo? Errado! Tudo o que você fez até o momento foi positivo, mas a avaliação é contínua e o seu comportamento pode te ajudar ou te atrapalhar. E aí? Como você se comporta? Você sabe usar o seu comportamento ao seu favor?

Com um mercado de trabalho competitivo e profissionais que prezam cada vez mais pela formação acadêmica, a atenção a competências e a currículos bem elaborados se mostra uma boa estratégia, no entanto o comportamento tem sido a chave para o sucesso ou não de um profissional. O currículo é uma ótima ferramenta para apresentação, mas o que realmente sustenta uma carreira é o comportamento.

Segundo Fábio Camilo, mestre em Psicologia com ênfase em avaliação psicológica e gerente de educação da Vetor Editora, há comportamentos que não são bem-vindos em qualquer organização, mas não é possível desenhar o que pode e o que não pode, o ideal é perceber durante o dia a dia qual a maneira ideal para se portar.

“Tudo depende da cultura da organização. Por exemplo, em uma empresa com uma cultura oriental, ser extrovertido demais pode não ser tão positivo. Numa situação oposta, a introversão pode ser compreendida como falta de interesse pela comunicação com os colegas de trabalho”, afirma Fábio.

Parece difícil, afinal é comum ouvir por aí que não é possível mudar o jeito de ser de alguém, porém estamos em constante transformação e somos capazes de adotar maneiras diferentes para se adequar a vários ambientes. Uma pessoa extrovertida, por exemplo, dificilmente se tornará introvertida, mas isso não a impede de ser mais contida em determinadas situações ou ambientes, caso julgue necessário ou mais adequado.

Confira, na sequência, algumas dicas de um psicólogo e não deixe que o comportamento prejudique a sua carreira.

Como saber se o seu comportamento é ou não ideal?

Em primeiro lugar, devemos desmistificar essa noção de “ideal”. Na prática, cada situação exige um determinado conjunto de comportamentos. Um segurança patrimonial deve ser muito menos suscetível ao estresse do que um administrador de empresas, por exemplo. Ainda que os dois tenham grandes responsabilidades, no primeiro caso estamos falando de alguém que pode entrar em conflito armado a qualquer instante.

O mais importante é que o profissional se conheça a ponto de identificar em quais companhias o seu comportamento é naturalmente benéfico. Os feedbacks que recebemos ao longo de nossas carreiras e vida pessoal, por exemplo, são essenciais para aprendermos mais sobre as nossas atitudes.

Quais as principais dicas para um comportamento ideal no ambiente de trabalho?

Os profissionais devem buscar o máximo de naturalidade possível. Pode parecer clichê, mas ser você mesmo ainda é o melhor caminho. Em paralelo, deve-se notar quais tipos de comportamento podem ser benéficos para a empresa em que se está atuando. Um atendente de telemarketing, por exemplo, obterá resultados mais expressivos se puder se manter calmo e ter em mente a sua importância para a resolução de problemas, independentemente das reações explosivas que o cliente pode ter.

Em um mundo pautado cada vez mais pela competitividade e a necessidade de se fazer mais com menos recursos, os profissionais têm no comportamento uma característica determinante para impulsionar o sucesso de uma organização. Além disso, é importante se reinventar constantemente, procurar se manter atualizado sobre sua área, adquirir novas competências e assim sempre manter-se competitivo.

Vale ressaltar que não existem regras que pautem o comportamento de profissionais, no entanto no dia a dia é possível enxergar quais posturas são ou não ideais, como explica um especialista em recursos humanos.“Mudar comportamentos e/ou contê-los com certeza é possível, porém não é nada fácil. Necessita, principalmente, de dois aspectos: autoconhecimento e força de vontade. Sendo assim, é uma transformação pessoal que pode e deve ter a colaboração de profissionais. Mas, que fique claro: ninguém muda ninguém. A própria pessoa deve querer mudar”, afirma.

sandro